Segundo a empresária, não é a primeira vez que um de seus filhos passa por situação de injúria racial na escola

“Você não quer ser meu escravo? Deveria ser meu pet”. A frase teria sido dita por outra criança ao filho da executiva Patrícia Santos em uma escola de São Caetano do Sul, no interior de São Paulo. Após ouvir o relato do menino, a mãe decidiu usar as redes sociais para divulgar o caso.

Na publicação, Patrícia relata que não é a primeira vez que um de seus filhos sofre racismo em uma escola do município. A mãe conta que já tinha entrado em contato com a escola e com a Secretaria de Educação outras vezes para cobrar medidas efetivas de enfrentamento do racismo e da aplicação de uma educação antirracista.

“Gente, aconteceu de novo… Mais um caso de racismo na escola dos meus filhos. Dessa vez, uma criança branca falou para um deles: ‘Você não quer ser meu escravo?’, em um tom de ‘brincadeira’. Lá fui eu falar com a escola sobre um currículo antirracista na prática, sobre ferramentas de repertório pros meus filhos, que são negros, e para os brancos. Para terem respeito, para que a educação seja de fato antirracista e a gente possa cumprir a Lei 10.639 de ensino e educação para as relações etnico raciais”, relatou a empresária na publicação.

Em outras publicações, Patrícia rebate falas sobre “vitimismo”, e diz que já formalizou denúncia na escola e nos órgãos de Justiça de São Caetano do Sul. “Tenho exigido da Secretaria de Educação um projeto pedagógico antirracista, e não só sugestões para os professores de como fazer para lidar com o tema (...) Não é vitimismo! Não inventamos o racismo, mas vivemos diariamente e queremos dar um basta”.

A lei 10.639/03 torna obrigatória, desde 2003, a educação de história e cultura afro-brasileiras em todos os currículos escolares de ensino fundamental e médio em todo o território nacional. Em 2008, a lei foi ampliada para o ensino sobre povos indígenas.

A Secretaria de Educação de São Caetano do Sul foi procurada pelo GLOBO, mas não se posicionou sobre o caso até a publicação desta reportagem.


Fonte: O GLOBO