Wanessa Jesus Ferreira de Morais foi presa por transmitir bilhetes de integrantes de quadrilha que atua dentro e fora dos presídios e coordenou ataques no estado no último mês

A Justiça do Rio Grande do Norte condenou mais uma advogada acusada de transmitir bilhetes e "salves" entre integrantes de uma facção criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Wanessa Jesus Ferreira de Morais recebeu pena de três anos e seis meses de reclusão pelo crime de organização criminosa.

Wanessa foi acusada de exercer a função de "gravata" na quadrilha. Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), isso significa que ele usava suas prerrogativas profissionais para atuar em favor da facção criminosa.

A advogada foi flagrada em 12 de julho de 2021 trocando bilhetes com Carlos Alessandro Teixeira Feliciano, dentro da penitenciária estadual Rogério Coutinho, em Alcaçuz. O recado foi apreendido. Nele, o detento repassava ordens para integrantes da facção criminosa de sua 'quebrada'.

Carlos Alessandro recebeu nova pena de 5 anos, 9 meses e 5 dias de reclusão, pelo crime cometido em parceria com Wanessa. A advogada foi alvo da operação Carteiras, que cumpriu seis mandados de prisão preventiva e outros quatro, de busca e apreensão, nas cidades de Natal, Parnamirim, Extremoz, Nísia Floresta, em 2021.

Outros advogados condenados

Os advogados Mona Lisa Amélia Albuquerque de Lima e Jailson Bezerra de Andrade também foram condenados por transmitirem "salves" da facção criminosa. A primeira teve pena fixada em quatro anos, nove meses e cinco dias de reclusão. O segundo deve ficar preso por 4 anos, 9 meses e 5 dias.

Mona Lisa foi acusada de trocar mensagens através de bilhetes e conversas pessoais com presos. Dessa forma, ela promovia a comunicação dos chefes da organização criminosa com outros integrantes que estão nas ruas.

Jailson foi acusado de ser um dos elos de comunicação da quadrilha, com a atribuição de repassar recados e diretrizes de lideranças presas para membros soltos. Também ficou comprovado, no processo, que ele fazia o inverso, auxiliando nas ações criminosas da suposta organização criminosa.

A facção à qual os três advogados estão ligados foi a responsável pelos atos de violência contra bens públicos e privados no Rio Grande do Norte no começo do mês.


Fonte: O GLOBO