
Porto Velho, RO - O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo do presidente Donald Trump se opõe à anexação israelense da Cisjordânia ocupada, ressaltando que “isso não vai acontecer”. A declaração ocorreu um dia após parlamentares israelenses apresentarem um projeto de lei para aplicar a legislação israelense ao território.
“A Cisjordânia não será anexada por Israel. A política do presidente Trump é que a Cisjordânia não será anexada. Essa sempre será nossa política”, disse Vance durante visita a Tel Aviv, onde busca reforçar o frágil cessar-fogo em Gaza.
As declarações vieram após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertar que a anexação poderia colocar em risco o plano de paz de 20 pontos de Trump para Gaza, que tenta consolidar uma trégua após dois anos de guerra devastadora entre Israel e o grupo militante Hamas.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, respondeu dizendo que o governo não pretende antecipar a votação sobre a anexação neste momento, a fim de garantir o sucesso do plano norte-americano.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal aliado de Israel e exercem influência significativa sobre o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Vance afirmou “sentir-se otimista” quanto à manutenção do cessar-fogo, apesar das constantes violações relatadas por ambos os lados.
O acordo, mediado pelos EUA, prevê a troca de reféns e prisioneiros, além da retirada parcial das tropas israelenses de Gaza. A guerra, iniciada após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, já deixou mais de 68 mil mortos no enclave palestino, segundo autoridades locais.
Anexação da Cisjordânia
O projeto de lei apresentado no parlamento israelense busca aplicar a lei israelense à Cisjordânia, o que equivaleria à anexação formal do território ocupado por Israel desde a guerra de 1967.
A proposta recebeu aprovação preliminar nesta quarta-feira (22), em meio à visita de Vance ao país. A medida ainda precisa passar por outras três votações para ser adotada.
A comunidade internacional, incluindo a ONU, considera os assentamentos israelenses na Cisjordânia ilegais segundo o direito internacional. Israel, por sua vez, argumenta ter conexões históricas e bíblicas com a região e se opõe à criação de um Estado palestino.
Os assentamentos são um dos principais entraves à paz no Oriente Médio, fragmentando o território que os palestinos reivindicam para formar um Estado independente.
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