Cobham se tornou o destino mais procurado por jogadores do Chelsea

Vila no interior da Inglaterra se tornou 'Beverly Hills da Grã-Bretanha' — Foto: Reprodução

Porto Velho, Rondônia - 
Carros de luxo, restaurantes sofisticados, mansões e jogadores de futebol profissional. Essas são as principais características que você encontra ao entrar em uma remota vila de Cobham, parte da zona sul de Londres, Inglaterra. O local é famoso por abrigar o campo de treinamento do Chelsea Football Club.

O time se mudou para Cobham, há 19 anos, saindo de Harlington, que era perto do Aeroporto de Heathrow, na periferia oeste da cidade. Desde então, a vila e os arredores, tornaram-se residência de jogadores de futebol, antigos e atuais. Suas ruas, muitas delas privadas, são cercadas por mansões milionárias escondidas por portões de segurança.

Ao longo das últimas duas décadas, os moradores se acostumaram a ver os atletas da Premier League passeando pela rua principal, como, por exemplo: o belga Eden Hazard. Ele era um frequentador do supermercado Waitrose durante o período em que jogou no Stamford Bridge, de 2012 a 2019. Em uma manhã cinzenta de setembro, quando o jornal inglês The Athletic visitou o local, diversos carros de luxo, como Land Rover Defenders, passeavam pela região ou estacionavam em frente às lojas.

Localizada a pouco mais de 32 km do centro de Londres, Cobham e Oxshott são dois dos locais mais desejados e caros do país, onde casas são vendidas por milhões de libras. Em um dia normal, é possível esbarrar com John Terry, ex-capitão do Chelsea e da seleção inglesa, ou Andy Murray, o tenista britânico que se aposentou após Olimpíadas de Paris.

A área, apelidada de "Beverly Hills da Grã-Bretanha" devido à quantidade de celebridades que vivem lá, sempre foi popular entre corretores de ações e gestores de fundos baseados em Londres. Há escolas particulares de elite, salões de beleza luxuosos, estúdios de pilates e aulas de ioga à disposição dos jogadores e suas famílias.

Trevor Kearney, fundador da empresa imobiliária The Private Office Real Estate, descreveu ao The Athletic como é a vida de um jogador da Premier League na região.

— Se você for ao Grappelli numa noite de sábado, não importa quem você seja, sempre haverá alguém mais famoso na sala — Grappelli é um restaurante italiano a frequentemente visitado por jogadores de futebol.

Durante uma conversa de Eddy, gerente do estabelecimento, com o The Athletic, várias pessoas que passavam pararam para cumprimentá-lo, enquanto Cesare Casadei, jogador do Chelsea, estacionava sua Mercedes do outro lado da rua antes de entrar em uma loja.

— A maioria dos jogadores que vêm aqui são do Chelsea. Muitos ex-jogadores ainda moram na área, como Jimmy Floyd Hasselbaink, Ashley Cole... eles são clientes regulares e bons amigos do dono. Já recebemos John Terry, Ashley Cole, Noni Madueke, (Marc) Cucurella, Roberto Di Matteo, Gianfranco Zola, Andriy Shevchenko, Mauricio Pochettino, João Félix, Robert Sanchez... Eu nem assistia futebol, mas comecei a acompanhar porque precisava saber quem eles eram!

Durante a conversa, Ryan Bertrand, ex-defensor do Chelsea e da seleção inglesa, estacionou seu carro na rua. Eddy o conhece também. No dia da visita do The Athletic, Ahmed Alsanawi, barbeiro com 1,2 milhão de seguidores no Instagram, conhecido por cortar o cabelo de jogadores como Hazard, Phil Foden, Jack Grealish e Reece James, apareceu em seu Lamborghini Urus amarelo.

— É moderno, é legal, mas tem todos os fundamentos que fazem de um lugar uma ótima comunidade e ambiente. Quando o Chelsea se mudou para Cobham, havia uma exigência de que os jogadores morassem a no máximo 4 km do centro de treinamento, o que fez com que Cobham e Oxshott atraíssem um novo tipo de comprador. De repente, você tinha uma nova geração de pessoas, riqueza e fama sendo injetadas na região. Isso a transformou, mas já estava indo nessa direção. O Chelsea não mudou o mercado, apenas o acelerou — falou.

Kearney estima que cerca de 100 jogadores de futebol vivam nessa parte do condado de Surrey, incluindo nas cidades de Weybridge e Esher, algumas milhas ao norte. Os atletas costumam ser alvos fáceis para criminosos, que sabem quando um jogador provavelmente estará em treinamento ou em uma partida, talvez do outro lado do país ou até mesmo no exterior, devido ao cronograma e à lista de jogos do clube.

Nos últimos anos, diversas casas foram alvo de invasões. A residência de Raheem Sterling, atacante do Arsenal e da seleção inglesa, foi invadida em dezembro de 2022, o que o levou a voltar do Catar, quando disputava a Copa do Mundo.

Em julho de 2017, quatro homens foram presos após invadirem a casa de John Terry, ex-defensor do Chelsea, em fevereiro do mesmo ano, conforme relatado pela BBC. No tribunal, a juíza Susan Tapping disse a Terry que "pode ter sido um erro postar uma foto de família nas redes sociais mostrando que ele estava de férias". Durante o roubo, os ladrões levaram mais de £220.000 em joias e bolsas de grife avaliadas em £126.000.


Fonte: O GLOBO