Reunião de CMN que acontece em junho pode definir uma nova forma de determinar o objetivo perseguido pelo BC para alta de preços
O ministro Fernando Haddad defendeu em entrevista à rádio CBN a mudança na forma de se atingir a meta de inflação. Em vez do ano calendário, como é agora, prolongar no tempo a obrigação de se atingir a meta.
Eu havia perguntado sobre a reunião do Conselho Monetário Nacional de junho e o que ele iria propor. Ele não quis responder diretamente, mas falou indiretamente. Essa reunião do CMN vai discutir o tema da inflação.
- Penso que a meta contínua é muito melhor que a meta calendário - afirmou. - A meta calendário determina, por exemplo, que a inflação tem que ser de 3% em 2024. A meta contínua diz que a inflação tem que chegar a 3%, e o Banco Central desenha a trajetória de como isso pode ser atingido. Pode ser em 2025 por exemplo.
Ou seja, o ministro falou que a “meta contínua de inflação” que não fique presa ao ano calendário é melhor e tem sido adotada em mais países.
- No mundo todo há uma avaliação sobre se atingir a meta a um custo demasiadamente oneroso, que é arrebentar a economia, vale a pena para reduzir a inflação em 1 ponto - ponderou.
O que isso significa? Se a obrigação do BC é atingir a meta em dezembro - este ano é 3,25%, no ano que vem é 3% - ele precisará manter os juros altos mais tempo. Se é a meta mas pode ter uma trajetória nessa direção, a política monetária fica menos rígida. Ele não bateu o martelo de que é isso que será proposto pelo governo, mas defendeu tecnicamente esse caminho.
O ministro da Fazenda disse ainda que a pasta estudará formas de reduzir a indexação da economia brasileira, que é uma das maiores do mundo.
- É uma economia fortemente indexada, por uma série de razões. Se esse problema for enfrentado, podemos ajudar muito a autoridade monetária.
Fonte: O GLOBO
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