Na quinta-feira, Executivo acelerou liberação de verba e repassou volume recorde a parlamentares na tentativa de acalmar base

Após o governo Lula acelerar a liberação de emendas e repassar de uma só vez R$ 700 milhões de para deputados e senadores na tentativa de acalmar a base, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a atitude não tem relação com o orçamento secreto vigente até o fim de 2022 e que o ex-presidente Jair Bolsonaro "deu calote" em estados e municípios.

Padilha rechaçou a comparação da liberação das emendas de Lula com o esquema criado durante o governo Bolsonaro, em que o Congresso direcionava verbas com baixa transparência para a base dos parlamentares.

A declaração foi feita durante comparecimento do ministro a uma solenidade na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em homenagem ao Dia da Enfermagem. A data marca a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao novo piso da enfermagem. Padilha foi ministro da Saúde e tem familiaridade com o setor.

— A diferença é como da água para o vinho. Tanto é que vocês conseguem dizer exatamente para onde foram os recursos. Nós já liberamos cerca de R$ 4 bilhões para pagar emendas, recursos que o governo anterior tinha dado um calote nos estados e municípios. Não tem nenhuma relação nenhuma com o orçamento secreto. Fazemos política à luz do dia, com transparência — afirmou o ministro.

Padilha afirmou que as emendas estavam represadas até 26 de abril porque a data havia sido dada como prazo aos parlamentares para que eles indicassem os projetos a que as emendas seriam destinadas. Portanto, disse, os ministérios não podiam começar a empenhar os recursos.

— A partir de 26 de abril até o dia de ontem, o governo já empenhou R$ 1,6 bilhão, três vezes mais do que o governo Bolsonaro empenhou nesse período.


Fonte: O GLOBO