Lorena Santos, de 28 anos, se desculpou pela imagem que viralizou, disse que foi uma atitude ‘sem noção’, mas que não passou de um ‘humor ácido’

A professora Lorena Santos, 28 anos, que ficou conhecida nacionalmente pela foto que postou em suas redes sociais com um “look especial” para o “dia do massacre”, usou suas plataformas digitais vídeos assumindo seu erro, se desculpando, e disse que a foto foi “sem noção” e “totalmente inapropriada”, mas que era um tipo de “humor ácido” diante de uma situação de ameaça nas escolas.

“Essa é a minha forma de lidar com o caos e as tragédias da minha vida. Não vou mentir, muita gente me acompanha exatamente por este motivo. Porque gostam de ver esse tipo de coisa, de humor, de felicidade, apesar das dificuldades e dos traumas. 

Então, não vou mentir falando que não sou assim. Sou sim, daquele jeito, aquele tipo de situação, aquele tipo de humor é de mim, e ultrapassa o limite”, disse a educadora.

O caso aconteceu no dia 20 de abril. A data faz alusão ao fatídico massacre cometido em Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, onde dois alunos mataram outros 12 estudantes e uma professora dentro do colégio. Pelas redes sociais e plataformas digitais, alguns estudantes se mobilizaram dizendo que fariam ataques em escolas pelo Brasil.

O ministro da Justiça Flávio Dino disse que mais de 765 perfis foram removidos ou suspensos das redes sociais e 225 pessoas foram detidas pela operação Escola Segura entre adultos e adolescentes. Além disso, 694 adolescentes suspeitos foram intimados a prestar depoimento.

A servidora, que dá aula no Centro de Ensino Fundamental (CEF) Zilda Arns, no Itapoã, no Distrito Federal, ainda acrescentou em sua postagem: “Se eu morrer hoje, estarei belíssima pelo menos”.

“Nesse sentido, eu postei fazendo um paralelo àquela brincadeira que a gente faz: 'ah, se eu sofrer um acidente, pelo menos a minha calcinha não pode estar furada'. A gente não tem o que fazer mais, a não ser se preocupar com uma coisa banal, que é uma roupa. A gente fica tão indignado que não tem o que fazer, que a única coisa que me resta é agir como sempre ajo diante de situações de caos, e traumas e perigos: esse tipo de humor ácido”, explica.

A professora pediu desculpas, disse que falou delicadeza em suas palavras, mas que em qualquer situação de perigo iria proteger seus alunos. Ela ainda disse que está “passando por todas as consequências cabíveis, mas que elas deveriam ser “proporcionais”. 

Isso porque ela foi acusada de estar incentivando os ataques, o que, na opinião dela, isso não faz sentido, visto que ela “está na linha de frente” recebendo os mesmos ataques.

“Sou também uma possível vítima dos ataques, das ameaças e ataques. Nós, professores, não tivemos o privilégio de escolha de não irmos à escola. Os alunos tiveram essa escolha de não irem para escola”, diz a servidora.


Fonte: O GLOBO