Taipé monitora ações chinesas por meio de mísseis e navios

Porto Velho, RO - A Marinha norte-americana anunciou nesta segunda-feira (10) que um dos seus navios faz uma operação no mar do Sul da China, no momento em que Pequim realiza manobras militares "com munições reais" em torno de Taiwan, para denunciar "a intrusão" de um contratorpedeiro.

Pequim informou que mobilizou caças com “munição real” e o porta-aviões Shandong para executarem “ataques simulados” a alvos em Taiwan, após ter cercado o território com dezenas de aviões e navios de guerra.

"Vários grupos de caças H-6K realizaram ataques simulados em alvos importantes na ilha de Taiwan”, informou o Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, acrescentando que o Shandong também participou dos exercícios.

Além das patrulhas de prontidão de combate, o Exército de Libertação Popular da China vai realizar exercícios com fogo real na baía de Luoyuan, na província de Fujian, que fica no Leste da China e diante de Taiwan, anunciou a Autoridade Marítima local no fim de semana.

O Exército chinês enviou dezenas de caças e 11 navios de guerra para região próxima a Taiwan, após o encontro, na passada semana, entre a líder da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy, informou hoje o Ministério da Defesa de Taiwan.

De ontem (9) para hoje, 70 aviões cruzaram a linha mediana do estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que já foi tacitamente respeitada pelos dois lados, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan. Entre os aviões que cruzaram o espaço aéreo constam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças Su-30 e aviões de reconhecimento.

A situação ocorre depois de, entre sexta-feira (7) e sábado, oito navios de guerra e 71 aviões chineses terem sido detectados perto de Taiwan, de acordo com o Ministério de Defesa da ilha. Em comunicado, o ministério informou que analisa a possibilidade de não gerar conflitos e não causar disputas.

Taipé monitora os movimentos chineses por meio dos sistemas de mísseis em terra e navios da Marinha.

Segundo o Ministério da Defesa, o Shandong conduziu operações em águas próximas das Ilhas Okinawa, do Japão, nesse domingo.

O Japão há muito se preocupa com as atividades militares da China na área, dada a proximidade das ilhas do Sul. A ilha japonesa de Miyako é a quarta maior das Okinawa, que acolhem uma base aérea dos EUA.

“Caças, jatos e helicópteros se deslocaram e pousaram no porta-aviões pelo menos 120 vezes entre sexta e domingo, a menos de 230 quilômetros da ilha japonesa de Miyako”, acrescentou o Ministério da Defesa japonês.

USS Milius

A Marinha norte-americana anunciou que um de seus navios realiza hoje uma operação no mar do Sul da China. “Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legais do mar”, disse a Marinha. O USS Milius passou perto das ilhas Spratly. O navio passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilômetros) do recife Mischief, reivindicado pela China e outros países da região e onde Pequim construiu um aeroporto e outras instalações.

Para a 7ª Frota da Marinha dos Estados Unidos, "segundo o direito internacional, áreas como o recife de Mischief, submerso na maré cheia em seu estado natural, não têm direito a um mar territorial". O recife fica a oeste da ilha de Palawan, nas Filipinas.

Taiwan

No fim da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa em 1949, o governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.

A China considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação por meio da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Pequim reivindica praticamente todo o mar do Sul da China, via comercial estratégica e rica em recursos energéticos e pesqueiros, mas Taiwan, Filipinas, Brunei, Malásia e Vietnã também têm reivindicações.

Fonte: Agência Brasil