O pedido ocorre após a descoberta de materiais sigilosos nas casas do presidente Joe Biden, do ex-presidente Donald Trump, e de seu ex-vice, Mike Pence

Porto Velho, RO - Os ex-presidentes e vice-presidentes dos Estados Unidos receberam uma carta dos Arquivos Nacionais pedindo que revisem seus registros pessoais para se certificar de que não há documentos confidenciais "inadvertidamente" pendentes em suas propriedades, informou o jornal Washington Post nesta quinta-feira. 

O pedido ocorre um dia após encontrarem documentos sigilosos na residência do ex-vice de Donald Trump, Mike Pence, e em meio às descobertas recentes de material com a mesma marcação confidencial em posse do presidente Joe Biden, em um caso particularmente incômodo para a Casa Branca.

A carta foi endereçada aos representantes das últimas seis administrações presidenciais cobertas pela Lei de Registros Presidenciais (PRA), do ex-presidente Ronald Reagan até o presente. Segundo a publicação, a lista deve incluir, portanto, os nomes dos ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, George H. W. Bush e os ex-vice-presidentes Dick Cheney, Al Gore e Dan Quayle.

"A responsabilidade de cumprir a PRA não diminui após o término de uma gestão", afirma a carta, revisada pela CNN americana. "Solicitamos que o senhor conduza uma avaliação de quaisquer materiais mantidos fora dos Arquivos Nacionais relacionados à administração para a qual atuou como representante (...), para determinar se materiais anteriormente considerados de natureza pessoal podem conter inadvertidamente registros presidenciais ou vice-presidenciais (...), sejam eles classificados ou não".

Segundo o veículo, os representantes dos ex-presidentes Clinton, George W. Bush, Obama e do falecido George H. W. Bush já afirmaram que todos os documentos confidenciais foram entregues aos Arquivos Nacionais ao deixarem o cargo.

Além dos documentos encontrados sob a posse de Biden e Pence, mais de 100 documentos confidenciais também foram encontrados pelo FBI em uma busca na propriedade do ex-presidente Trump, seu clube e residência particular, Mar-a-Lago, na Flórida, no ano passado.

As revelações recentes levantam questionamentos sobre como o arquivos sigilosos são tratados nos níveis mais altos do governo americano, em um momento em que tanto Biden quanto Trump já são alvos de investigações de promotores especiais sobre o assunto.

De acordo com a Lei de Registros Presidenciais, os documentos da Casa Branca devem obrigatoriamente ser encaminhados para os Arquivos Nacionais e Administração de Registros assim que um governo termina, enquanto os itens considerados pessoais vão para casa com o ex-presidente e o vice-presidente. 

Cidadãos comuns geralmente não têm autorização para manter documentos confidenciais, e os regulamentos exigem que esses arquivos sejam armazenados com segurança.

No caso de Trump, o secretário de Justiça Merrick Garland nomeou um promotor independente, Jack Smith, para supervisionar a investigação. No caso de Biden, Garland designou um promotor dos EUA nomeado por Trump, John Lausch Jr., para conduzir uma investigação inicial para ajudá-lo a determinar se deve nomear um promotor independente.


Fonte: O GLOBO