França garantiu 125 milhões de euros adicionais em apoio a Kiev

Porto Velho, RO - Um novo mecanismo de coordenação de ajuda internacional à Ucrânia foi anunciado hoje (13) em Paris, com a França garantindo 125 milhões de euros adicionais de apoio a Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pede pelo menos 800 milhões para o inverno.

"Precisamos que a ajuda chegue concretamente e precisamos de maior coordenação para que chegue em tempo útil. Assim, podemos anunciar hoje um mecanismo reforçado de coordenação de ajuda internacional, o mecanismo de Paris, que se apoia no mecanismo de proteção civil da União Europeia e que se vai estender a todos os Estados que queiram ajudar", anunciou Emmanuel Macron na abrertura esta manhã da conferência Solidários com o Povo Ucraniano.

Coube ao presidente francês abrir o encontro, afirmando que, ao atacar estruturas civis que servem para aquecer os ucranianos durante o inverno, "a Rússia comete crimes de guerra intoleráveis", sendo agora a prioridade fazer chegar a ajuda necessária à região.

Em pronunciamento de Kiev, por videoconferência, Zelensky declarou que a Ucrânia precisa de pelo menos 800 milhões de euros para passar o inverno, verba que servirá, em parte, para o abastecimento de gás.

Segundo o presidente, há atualmente 12 milhões de pessoas nos arredores de Kiev que estão sem aquecimento, já que também para poupar gás, os cortes são constantes. Ele pediu ainda "geradores, transformadores, turbinas de gás, propulsores" e outros mecanismos para substituir o que é diariamente destruído pelos bombardeios russos.

A França anunciou ajuda suplementar de cerca de 125 milhões de euros à Ucrânia, com 48 milhões de ajuda direta à população e 73 milhões de euros para ajuda na compra de energia. Paris vai também enviar à Ucrânia 63 novos geradores.

A ajuda total, recolhida entre os 46 países presentes à conferência e 24 organizações internacionais, já chega a 400 milhões de euros.

Respondendo a apelo direto de Zelensky, que disse que uma parte importante do apoio à rede energética é a troca de todas as lâmpadas nas casas ucranianas por lâmpadas LED, que consomem menos, a União Europeia, por meio da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, prometeu que, dos 50 milhões de euros necessários para ests troca, vai financiar 30 milhões.

Durante a tarde, a Ucrânia continuará no topo das prioridades com um novo encontro - a Conferência Franco-Ucraniana para a Resiliência e a Reconstrução, organizada por Bruno Le Maire, o ministro francês das Finanças e da Economia.

Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky vão abrir esse encontro, seguindo-se depois uma série de discussões sobre como as empresas francesas podem ajudar a Ucrânia, especialmente nos setores do meio ambiente e digital.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica a crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e econômicas.

A ONU registra, desde o início da guerra, 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, lembrando que esses números estão muito aquém da realidade.

Fonte: Agência Brasil