Ex-ministro do TCU será responsável por fazer articulação do novo governo com militares

Porto Velho, RO -
Após ser confirmado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, como futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro pretende se reunir com o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, o responsável pela pasta, Paulo Sérgio Nogueira, e os comandantes das Forças Armadas. O ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) procurou pessoalmente Bolsonaro após o resultado do segundo turno das eleições.

— Bolsonaro foi meu colega 20 anos. Converso sempre com ele. Quando ele perdeu as eleições, fui lá cumprimentá-lo. Não há o menor problema. Democracia a gente tem que respeitar os contrários. Não precisa ser inimigo. Pode ser adversário. Ele sabe em quem eu votei — disse Múcio, após ser escolhido por Lula para comandar a Defesa.

Interlocutores de Bolsonaro veem o gesto de Múcio como uma deferência ao atual presidente e um caminho para distensionar a relação do novo governo com militares. Segundo pessoas com acesso ao Palácio do Alvorada, o atual mandatário elogiou a escolha do ex-ministro do TCU e disse ser “um bom nome” para estar à frente da pasta que comanda as Forças Armadas.

Múcio e Bolsonaro foram colegas na Câmara de Deputados. O ex-ministro do TCU foi deputado federal por Pernambuco entre 1991 e 2007. Depois, foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula 2, de 2007 até 2009, quando foi indicado pelo então presidente para uma vaga do TCU.

Apesar da relação de Múcio com o petista, Bolsonaro chegou a dizer publicamente que era “apaixonado” pelo ex-colega de Parlamento e chegou a sondá-lo para assumir um ministério, quando o integrante do TCU se aposentou em dezembro de 2020.

Além do encontro com Bolsonaro, Múcio planeja se reunir com os comandantes das Forças Armadas e com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

— Vou falar com os atuais o comandantes na próxima semana. Tenho boa relação com eles todos. Solicitei para conversar com o ministro da Defesa na segunda. Tem uma transição facílima, quem está com quem vai, como se fosse passagem de comando. Quanto mais pacífica, mais fácil para quem está saindo e mais fácil para quem está chegando.


Fonte: O GLOBO