Ação nacional investiga fraudes no setor de combustíveis e lavagem de dinheiro ligadas ao crime organizado - Divulgação/SSP-PI 

Porto Velho, RO -  A Operação Carbono Oculto 86 fechou 50 postos de combustível nesta quarta-feira (5) durante uma grande operação contra um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação é conduzida pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), com apoio de forças policiais nos estados do Maranhão e Tocantins. Ela integra uma força-tarefa nacional que também conta com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Receita Federal.

As interdições ocorreram simultaneamente em cidades do Piauí (Teresina, Parnaíba, Picos, Uruçuí, Canto do Buriti, entre outras), Maranhão (Caxias, Alto Alegre, São Raimundo das Mangabeiras) e Tocantins (São Miguel do Tocantins).

A operação foi deflagrada inicialmente em 28 de agosto de 2025, e a fase atual é uma das mais amplas do inquérito.

De acordo com as investigações, o grupo possuía empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para dissimular a origem ilícita do dinheiro proveniente do mercado de combustíveis. A Receita Federal acordou uma rede de 1.200 postos que movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas pagou apenas R$ 90 milhões em impostos — o equivalente a 0,17% do total.

O pesquisador aponta que o PCC utilizava estruturas financeiras complexas, envolvendo importação, distribuição e venda de combustíveis, para lavar recursos obtidos de atividades criminosas. Estima-se que 40 fundos de investimento, com patrimônio superior a R$ 30 bilhões, foram utilizados no esquema, administrados pelas operadoras da Faria Lima, em São Paulo.

A Operação Carbono Oculto é considerada a maior ação já realizada contra o crime organizado no Brasil, segundo o MPSP e a Receita Federal. Ela busca desmantelar o braço econômico do PCC, atingindo as empresas que garantem a sustentabilidade financeira da facção.