Ex-capitão tem alegado ser vítima de uma perseguição e, por isso, não descartaria se esconder em uma representação diplomática de algum antigo aliado
Créditos: NELSON ALMEIDA / AFP
Porto Velho, RO - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não descarta buscar refúgio em uma embaixada para tentar evitar uma ordem de prisão após ser indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado. A possibilidade foi citada pelo ex-capitão em uma entrevista concedida ao site UOL e publicada nesta quinta-feira 28.
O ex-capitão alega que ele tem sido perseguido no inquérito que apura os atos antidemocráticos e, por isso, não descartaria usar o subterfúgio para driblar uma eventual ordem de prisão.
“Corro risco [de ser preso], sem dever nada”, iniciou. “[O STF] Vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências”, continua, então, o ex-capitão.
Mais adiante na conversa, ele é questionado pela reportagem se cogitaria recorrer ao exílio concedido por algum presidente aliado em uma embaixada e responde: “embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir pra lá”, indicando, assim, que poderia recorrer ao método.
Em seguida, ele insiste, porém, que “se devesse alguma coisa” não teria voltado dos Estados Unidos, onde ficou por cerca de três meses após perder as eleições. Segundo a PF, a viagem serviu justamente para evitar uma eventual prisão e aguardar o desfecho do 8 de Janeiro, tido por militares aliados do ex-capitão como um “evento disparador” do golpe.
A eventual ‘fuga’ para uma embaixada não seria exatamente uma novidade na trajetória do ex-capitão. Em fevereiro deste ano, após ser alvo de uma operação da PF que aprendeu seu passaporte, o ex-capitão buscou abrigo no prédio da representação diplomática da Hungria em Brasília. No imóvel do país liderado pelo ultradireitista Viktor Orbán, passou duas noites escondido. Ele alegou ter ido apenas conversar com aliados.
Na ocasião, as imagens do ex-presidente escondido na embaixada foram reveladas pelo jornal New York Times e ganharam repercussão mundial.
Fonte: Carta Capital
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