Da esquerda para a direita: Mariana Carvalho (União), Léo Moraes (Podemos), Euma Tourinho (MDB) e Célio Lopes (PDT) — Foto: Reprodução
No plano da política partidária, com o alto índice de rejeição ao governo federal, o apelo da esquerda não surte efeitos sobre o eleitorado. A chapa bolsonarista, encabeçada por Mariana Carvalho (União), venceria a disputa no primeiro turno, de acordo com o último levantamento da Quaest. O candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Célio Lopes (PDT), tem preferido não associar a sua imagem ao petista e patina na tentativa de ir a um eventual segundo turno.
Segundo a Quaest divulgada na última terça-feira, Mariana Carvalho tem 56%. Ela é seguida por Léo Moraes (Podemos), com 11%; Euma Tourinho (MDB), com 10%; e Célio Lopes, com 6%.
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, que indicou o vice em sua chapa, Pastor Valcenir (PL), Mariana Carvalho também é apoiada pelo governador Marcos Rocha (União) e pelo atual prefeito, Hildon Chaves (PSDB).
Para tentar forçar um segundo turno, o deputado Léo Moraes tem contestado a capacidade administrativa de Mariana, além de se apresentar como alternativa aos “grupos predominantes que se alternam no poder”.
Na lanterna do levantamento, Lopes não possui fotos com Lula entre as últimas cem publicações de suas redes sociais. O pedetista tem focado em apresentar soluções para temas relacionados à zeladoria urbana e em contestar a atual prefeitura. A postura dele já teria gerado desconforto no diretório local do PT.
Planos de governo
Na capital que lidera o ranking de focos de incêndio, o assunto é pouco mencionado nos planos de governo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 4.647 incêndios neste mês, com grande distância para a segunda cidade mais afetada. Cuiabá, que vem logo em seguida na lista, teve 3.085 focos.
Em 27 de agosto, quando a situação já era crítica, o índice de qualidade do ar chegou à pontuação de 528. Na escala técnica, a partir de 300, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, já há perigo à saúde, com recomendação de cancelamento de aulas e uso de máscaras N95 ao ar livre.
Mariana Carvalho cita o tema em um único parágrafo do seu plano de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral. Ela diz que pretende “somar esforços junto à União e ao Estado visando o combate às queimadas urbanas, proteção aos igarapés e combate ao desmatamento ilegal”.
Recentemente, a candidata participou da inauguração de uma estrada e citou que obras de infraestrutura “permitem melhores políticas de preservação do meio ambiente”. Procurada, disse que investirá em um sistema de denúncias de focos de incêndio:
— Vou garantir que tenhamos uma estrutura mais robusta para enfrentar os focos de incêndio, incluindo a criação de mecanismos de denúncia e fiscalização mais eficazes. Quero envolver toda a sociedade nessa luta, conscientizando sobre os riscos das queimadas e a importância de preservar nosso meio ambiente.
Já Léo Moraes, que possui um capítulo inteiro do seu programa dedicado ao meio ambiente, não cita as palavras “desmatamento” ou “queimadas”. As propostas centram atenção no descarte sustentável de resíduos sólidos e energia sustentável, por exemplo.
Euma Tourinho segue a mesma linha e cita a criação de hortas em escolas, além de prever a criação de programas de redução de gases poluentes, mas sem citar as queimadas na região. Ao GLOBO, porém, ela mencionou outras ideias:
— Dentro da nossa alçada de municípios, queremos encerrar focos em terrenos baldios, pessoas ateando fogo em folhas secas. Além disso, é necessário a educação ambiental nas escolas. Isso precisa ser disciplina no ensino básico. Queremos também aumentar o número de brigadas de incêndio municipal
Célio Lopes, que tem como vice a Pastora Cila, filiada ao PV, cita as queimadas, mas sem esmiuçar os projetos que seriam adotados. “A administração municipal tem o dever de implementar políticas integradas que protejam o ar, aágua, os minérios,afaunae a flora”, se limita a dizer em seu plano de governo. Procurado, não se manifestou.
Raio-X da disputa
Raio-x — Foto: Editoria de Arte
Principais candidatos
- Mariana Carvalho (União): a ex-deputada federal tem o apoio de Jair Bolsonaro, que indicou o vice, Pastor Valcenir (PL); do governador Marcos Rocha (União) e do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB).
- Léo Moraes (Podemos): o deputado federal concorre com uma chapa puro-sangue. Ele tem fugido da polarização na campanha e se apresentado como um nome de centro.
- Euma Tourinho (MDB): a juíza aposentada se filiou ao MDB e também concorre com uma chapa puro-sangue. Entre 2020 e 2024, ela presidiu a Associação dos Magistrados de Rondônia.
- Célio Lopes (PDT): advogado, o pedetista tem uma vice do PV e é apoiado pelo PT. Apesar disso, não tem atrelado a sua imagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dr. Benedito Alves (Solidariedade), Ricardo Frota (Novo) e Samuel Costa (Rede)
Temas do debate eleitoral
- Saúde: Pesquisa Quaest mostrou que 27% dos eleitores consideram a saúde como o problema mais grave de Porto Velho.
- Infraestrutura: Para 25%, os problemas em infraestrutura básica são a maior preocupação, como o saneamento, energia elétrica e mobilidade urbana.
- Queimadas: A capital de Rondônia registrou 3.289 queimadas entre os dias 1º e 12 deste mês, o maior número entre as capitais brasileiras.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários