Ataque aéreo israelense em al-Mahmoudiye, no sul do Líbano — Foto: RABIH DAHER / AFP
Porto Velho, Rondônia - As Forças Armadas de Israel e o movimento xiita Hezbollah voltaram a trocar bombardeios na manhã desta terça-feira, um dia após o Líbano ter o dia mais sangrento desde o fim da Guerra Civil Libanesa em 1990. O Ministério da Saúde libanês divulgou um novo balanço, confirmando 569 mortos desde o início dos ataques, incluindo 50 menores de idade e 94 mulheres, e 1.835 feridos.
A nova onda de ataques provocou o cancelamento de grande parte dos voos no Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, enquanto sirenes de alerta voltaram a soar no norte de Israel. A França anunciou que vai convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar sobre a escalada de tensões.
O comandante das Forças Armadas de Israel, o general Herzi Halevi, afirmou nesta terça-feira que os militares iriam "acelerar" as operações ofensivas contra o Hezbollah durante o dia. Um bombardeio israelense na área de Ghobeiri em al-Dahiyeh, nos subúrbios no sul de Beirute, deixou seis mortos e 15 feridos, indicou nesta terça-feira o Ministério de Saúde libanês. O alvo teria sido um prédio de seis andares onde estaria o chefe da unidade de mísseis do Hezbollah, Ibrahim Qubaisi. O Hezbollah confirmou horas mais tarde que ele foi morto na ação.
Os militares também disseram ter atacado alvos no sul e no Vale do Bekaa, no leste. A estimativa dos próprios militares é de que 2 mil projéteis tenham sido disparados contra o território libanês nas últimas 24 horas. No mesmo período, o número de deslocados pelo conflito no Líbano atingiu 16,5 mil, de acordo com o coordenador libanês de preparação para emergências, Nasser Yassine. Segundo a ONU, cerca de 113 mil pessoas que viviam perto da fronteira já tinham sido deslocadas desde outubro, quando a guerra em Gaza teve início e o grupo xiita Hezbollah e as forças de Israel passaram a trocar fogo quase diariamente.
Mais tarde, o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, disse que o total de pessoas obrigadas a deixar suas casas desde outubro passado "provavelmente está se aproximando de meio milhão", embora a informação não tenha sido verificada até o momento.
O comandante das Forças Armadas de Israel, o general Herzi Halevi, afirmou nesta terça-feira que os militares iriam "acelerar" as operações ofensivas contra o Hezbollah durante o dia. Um bombardeio israelense na área de Ghobeiri em al-Dahiyeh, nos subúrbios no sul de Beirute, deixou seis mortos e 15 feridos, indicou nesta terça-feira o Ministério de Saúde libanês. O alvo teria sido um prédio de seis andares onde estaria o chefe da unidade de mísseis do Hezbollah, Ibrahim Qubaisi. O Hezbollah confirmou horas mais tarde que ele foi morto na ação.
Os militares também disseram ter atacado alvos no sul e no Vale do Bekaa, no leste. A estimativa dos próprios militares é de que 2 mil projéteis tenham sido disparados contra o território libanês nas últimas 24 horas. No mesmo período, o número de deslocados pelo conflito no Líbano atingiu 16,5 mil, de acordo com o coordenador libanês de preparação para emergências, Nasser Yassine. Segundo a ONU, cerca de 113 mil pessoas que viviam perto da fronteira já tinham sido deslocadas desde outubro, quando a guerra em Gaza teve início e o grupo xiita Hezbollah e as forças de Israel passaram a trocar fogo quase diariamente.
Mais tarde, o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, disse que o total de pessoas obrigadas a deixar suas casas desde outubro passado "provavelmente está se aproximando de meio milhão", embora a informação não tenha sido verificada até o momento.
O Hezbollah também continuou a disparar contra o norte de Israel, mas a maioria dos foguetes foi interceptada, enquanto sirenes e explosões foram ouvidas em várias comunidades. De acordo com o Exército israelense, 300 foguetes foram disparados na região nesta terça-feira, provocando incêndios e ferindo seis civis e soldados, a "maioria deles levemente". O grupo xiita alega ter atingido uma fábrica de explosivos a 60 km da fronteira libanesa com mísseis Fadi 2, e posições perto de Haifa, assim como a cidade de Kiryat Shmona.
Menina ferida por bombardeio israelense é atendida no sul do Líbabo — Foto: Mahmoud Zayyat/AFP
A nova rodada de bombardeios israelenses tem uma série de implicações para a vida prática no Líbano — país que não declarou guerra a Israel. Companhias aéreas como Air France, Qatar Airways, Emirates e Lufthansa cancelaram voos partindo e chegando ao Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, por questões de segurança em meio à intensa atividade no espaço aéreo. Milhares de pessoas também deixaram suas casas, partindo em busca de abrigo em escolas e outros centros emergenciais criados pelo governo, atendendo ao ultimato israelense que deixassem comunidades com a presença do Hezbollah.
Embora o movimento libanês tenha prometido uma "punição justa" contra Israel após a explosão de milhares de pagers e walkie-talkies na semana passada — uma ação atribuída ao serviço secreto de Israel, cujo presidente rejeitou a participação do país —, há dúvidas sobre a capacidade do grupo de confrontar as forças israelenses em um combate aberto. Especialistas apontam que, apesar do alto custo que cobraria aos dois lados, o Hezbollah provavelmente sairia derrotado.
O presidente do Irã, Masud Pezeshkian, afirmou nesta terça-feira que o Hezbollah não poderia defender o Líbano sozinho contra os ataques de Israel — as Forças Armadas libanesas, subordinadas ao governo, não se envolveram no confronto. Ele declarou que não era concebível que o país se convertesse em "outra Gaza".
— O Hezbollah não pode ficar sozinho contra um país que está sendo defendido, apoiado e recebe ajuda de países ocidentais, de países europeus e dos EUA. Não podemos permitir que o Líbano se converta em outra Gaza — afirmou Pezeshkian.
Comparação entre os poderes militares de Israel e do Hezbollah — Foto: Arte/O GLOBO
Reação internacional
A escalada de tensões no Líbano motivou preocupações entre organizações internacionais e governos estrangeiros, que temem pelo surgimento de um conflito regional e aberto. Uma série de autoridades cobrou nesta terça-feira uma desescalada e tentou pressionar pela via diplomática.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral António Guterres, disse que "o Líbano está à beira do abismo".
— Gaza é um pesadelo permanente, que ameaça arrastar toda a região para o caos, a começar pelo Líbano — advertiu Guterres, que pediu um cessar-fogo imediato no território palestino.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou que Paris está solicitando uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Líbano, onde a França tem tropas alocadas como parte da força de manutenção da paz das Nações Unidas. Ele disse que a luta deve terminar imediatamente e citou as mortes de centenas de pessoas na segunda-feira em ataques aéreos israelenses.
Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, fez uma recomendação para que os cidadãos americanos no Líbano deixem o país enquanto ainda há opções de voo comercial operando. O Pentágono anunciou na segunda-feira que vai enviar um número adicional de soldados ao Oriente Médio "por questões operacionais", sem detalhar em que tipo de missão estariam envolvidos.
China e Rússia criticaram as ações israelenses, com o chanceler Wang Yi declarando o apoio de Pequim ao seu apoio ao Líbano, durante uma agenda em Nova York. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na terça-feira que a Rússia está muito preocupada com os ataques de Israel.
O escritório de direitos humanos das Nações Unidas expressou alarme com o alto número de vítimas civis no bombardeio de Israel ao Líbano.
— Os métodos e meios de guerra que estão sendo usados levantam preocupações muito sérias sobre se isso está em conformidade com o direito humanitário internacional — disse Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, a repórteres em Genebra.
Já o embaixador israelense nas Nações Unidas, Danny Danon, disse que Israel "não deseja" realizar uma invasão ao território libanês.
— Temos experiência passada no Líbano. Não desejamos iniciar qualquer tipo de invasão naquele território — disse Danon às margem da Assembleia Geral. — Não quero mandar meu filho para lá. Não queremos enviar nossos rapazes para lutar em um país estrangeiro.
Tanto o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, quanto de Israel, Benjamin Netanyahu, estarão presentes na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde a situação de segurança no Oriente Médio deve ocupar um espaço relevante nas discussões. (Com NYT e AFP)
Fonte: O GLOBO
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