Jair Bolsonaro durante manifestação em São Paulo e Adeliana Dal Pont em evento de campanha em São José — Foto: Maria Isabel Oliveira e Reprodução/Instagram
Porto Velho, Rondônia - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu o roteiro que fará por Santa Catarina nesta semana. Serão apenas duas cidades visitadas: Balneário Camboriú e Criciúma. Apesar dos apelos do governador e correligionário Jorginho Mello, Bolsonaro resolveu deixar de lado, por exemplo, a cidade de São José, a quarta mais populosa do estado, onde a candidata do partido de ambos, Adeliana Dal Pont, sofre com a resistência do ex-mandatário por conta de críticas feitas à gestão bolsonarista durante a pandemia de Covid-19.
Também contou para a decisão de não ir a São José o fato de Adeliana ter admitido, ao ser confrontada durante um debate na semana passada, o seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial de 2014. O comentário gerou reações dos adversários, especialmente do atual prefeito, Orvino Coelho de Ávila (PSD), que briga pelo eleitorado de direita com Adeliana.
O candidato à reeleição chegou a chamar a rival de "melancia", termo usado por parte dos conservadores para se referir a personagens que seriam "verdes por fora e vermelhos por dentro" — ou seja, esconderiam supostas inclinações à esquerda. Orvino e Adeliana têm disputado até mesmo o apoio de figuras que orbitam o ex-presidente: ela traz fixada no perfil no Instagram postagens com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e com o empresário Luciano Hang; ele faz o mesmo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e com Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sob Bolsonaro que chegou a ser especulado como postulante à prefeitura de São José.
A visita de Bolsonaro a Santa Catarina tem sido alardeada pela cúpula estadual do PL há mais de um mês. Os dois filhos do governador Jorginho Mello chegaram a anunciar, em coletiva de imprensa, que seriam "cinco grandes comícios regionais", incluindo um deles em São José. Com o passar do tempo, a agenda foi minguando e, por fim, acabou reduzida a apenas duas cidades.
Em abril deste ano, Bolsonaro chegou a estar em São José, onde participaria de uma carreata. Ao ser informado sobre as críticas feitas no passado pela ex-prefeita à sua gestão na pandemia, porém, o ex-presidente alterou o roteiro previsto e vetou até mesmo uma aproximação de Adeliana.
Em uma costura do governador Jorginho Mello — que também é presidente estadual do PL —, Adeliana trocou o PSD, onde estava há mais de uma década, pela sigla de Bolsonaro. A escolha dela como candidata do partido em São José, à revelia do grupo político do ex-presidente, também foi uma decisão pessoal de Jorginho.
Fonte: O GLOBO
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