Presidente também afirmou que fará novas indicações para diretoria do Banco Central ainda neste ano

Lula disse que novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá autonomia — Foto: Montagem

Porto Velho, Rondônia - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que Gabriel Galípolo, indicado para presidência do Banco Central terá autonomia para trabalhar no cargo, caso seja aprovado na sabatina do Senado.

— Ele é muito competente, e vai trabalhar com a autonomia que trabalhou o Meireles, e com a autonomia que eu dou para o pessoal, até porque agora ele tem um mandato, quando ele passar no Senado vai ter um mandato de quatro anos, o mesmo de um presidente da República. Obviamente que isso dá a ele o direito de fazer as coisas corretas — disse Lula em entrevista ao programa Hora H, na Rádio MaisPB, de João Pessoa (PB).

Lula disse que não vai se opor a eventuais decisões de Galípolo para subir a taxa básica de juros, a Selic.

— Se um dia o Galípolo chegar para mim e falar que tem que aumentar os juros, ótimo — diz Lula, que ressaltou que é necessário explicar mudanças na Selic.

Ele continuou:

— Você não tem que trocar o presidente do BC se ele estiver fazer as coisas corretas, se tiver que baixar juros, baixa; se tiver que aumentar, aumenta. Mas tem que ter explicação — afirmou o presidente.

Lula disse ainda que o governo fará novas indicações para a diretoria da autoridade monetária neste ano.

— O Galípolo é uma indicação extraordinária e vamos indicar mais gente ainda nesse ano, porque até o ano que vem muda todo mundo no Banco Central e vamos ter uma nova equipe.

Indicação

Nesta quarta-feira o governo anunciou a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC. Galípolo atualmente é diretor de Política Monetária, o cargo responsável por definir as operações no mercado de câmbio.

A escolha do diretor de Política Monetária do BC já era esperada pelo mercado, pela proximidade dele com a equipe econômica.

Galípolo assumirá a chefia do BC no lugar de Roberto Campos Neto, que deixará o cargo no fim do ano. Ele ainda precisará ser sabatinado e ter seu nome aprovado pelo Senado. Caso seja efetivamente nomeado, ficará no cargo por quatro anos, podendo ser reconduzido por mais quatro.

Em seu primeiro pronunciamento como escolhido para liderar o BC, Galípolo afirmou que a indicação era "uma honra, um prazer e uma imensa responsabilidade".

— A indicação ainda depende da aprovação do Senado, então vou ser breve para respeitar a institucionalidade. Mas quero dizer que, na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do BC pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma honra enorme, uma grande responsabilidade e estou muito contente — disse o diretor.

Poucos meses após ter assumido como secretário-executivo do Ministério da Fazenda do terceiro mandato do governo Lula, Galípolo deixou o cargo para integrar a diretoria do Banco Central, por indicação da Fazenda. Ele havia assumido o posto de número 2 no ministério depois de integrar a equipe de transição e ser peça importante na campanha de Lula.


Fonte: O GLOBO