Emprego com carteira bate novo recorde. Renda cresce 5% no ano

Carteira de trabalho física ao lado de uma carteira de trabalho digital — Foto: Agência O Globo

Porto Velho, Rondônia - 
A taxa de desemprego ficou em 6,8% no trimestre móvel encerrado em julho, a menor para o período desde 2012, início da série histórica da pesquisa. Trata-se de uma taxa próxima ao pleno emprego, como economistas definem o momento em que a oferta de trabalho está apertada, quase em equilíbrio com a demanda por mão de obra. A população ocupada atingiu novo pico e chegou a 102 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.
  • A taxa de desemprego em abril, que serve de comparação, estava em 7,5%
  • Emprego com carteira bate recorde
  • Rendimento médio, alta de R$ 3.206, alta de 4,8% no ano
Em termos absolutos, a população em busca de emprego caiu para 7,4 milhões, menor contingente desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, a expansão do emprego no país tem se dado pelo aumento da renda do trabalho. Com mais recursos disponíveis, cresce o consumo das famílias e, por consequência, a demanda por novos profissionais:

— O crescimento do emprego via aumento de renda acaba impulsionando geração de mais emprego. Dado esse aquecimento, as empresas buscam trabalhadores que vão dar conta da produção de bens e serviços, que neste momento estão sendo bem demandados pelos consumidores.

Recorde de empregos com e sem carteira

Mais 1,2 milhão de pessoas ingressaram no mercado de trabalho e o número de ocupados no país bateu recorde de 102 milhões. No ano, o aumento foi de 2,7%. A alta foi puxada tanto pelo emprego formal quanto informal.

O emprego com carteira assinada alcançou a marca de 38,5 milhões de trabalhadores, aumento de 731 mil pessoas no trimestre. Já o emprego sem carteira atingiu 13,9 milhões. Os empregados do setor público totalizaram 12,7 milhões, nível também recorde da série. A alta foi de 3,5% (424 mil pessoas) no trimestre e de 3,6% (436 mil pessoas) no ano.

O bom desempenho do comércio foi o que puxou o aumento do emprego entre os meses de maio e julho. Já são 19,3 milhões de profissionais empregados no setor, contingente recorde da série iniciada em 2012. A atividade contribuiu com 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. No ano, esse grupamento cresceu 2,6%.

— Parte expressiva da expansão da ocupação no comércio ocorreu por meio do emprego com carteira de trabalho assinada, o que contribui para a melhoria da cobertura de formalidade nessa atividade — conclui Adriana, do IBGE.

A taxa de subutilização, por sua vez, recuou 7% no trimestre. O indicador reúne aqueles que estão desempregados, que trabalham menos do que poderia ou que não procurou emprego mas estava disponível. Há 18,7 milhões de pessoas subutilizadas no país, 1,4 milhão a menos do observado em abril. Este é o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 (18,6 milhões).

Massa de rendimento

O rendimento médio real (já descontado a inflação) das pessoas ocupadas foi de R$ 3.206. O desempenho mostra estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

A massa de rendimentos, que é a soma da renda de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões. A alta foi de 1,9% no trimestre e de 7,9% no ano. Este é um indicador que pode sinalizar pressão na inflação porque mede o potencial de consumo dos brasileiros.

Pnad x Caged

A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações do trimestre. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.

Outra pesquisa, divulgada na segunda-feira, é a do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esta só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério.

O Caged apontou que o Brasil abriu 188 mil postos de trabalho com carteira assinada em julho. Em 12 meses, há um saldo de vagas acumulado de 1.776.677, número 13% maior do que do período anterior (agosto de 2022 a julho de 2024). A criação de empregos formais de janeiro a julho superou o total de 2023, segundo o ministro do Trabalho.


Fonte: O GLOBO