Corte também pediu apoio de tropas federais para pleito deste ano; militares atuarão em áreas de milícia e tráfico
Porto Velho, Rondônia - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu transferir o endereço de 93 seções eleitorais do estado localizadas em áreas controladas por facções criminosas. Além disso, o presidente da Corte, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, solicitou a presença de tropas federais no Rio para as eleições municipal deste ano.
Os locais de votação que serão alterados ainda não foram divulgados. Mas, conforme anunciou o TRE-RJ, os endereços serão selecionados considerando a proximidade com locais familiares aos eleitores, dando prioridade a áreas que ofereçam maior segurança durante o processo eleitoral.
De acordo com o TRE-RJ, as regiões que tiveram seções realocadas são consideradas “de alto risco” e “conflagradas”, seja pela presença de milicianos ou do tráfico de drogas. Essas seções, assim, “exigem emprego de grande efetivo de policiais, além do uso de veículos blindados”, destaca o órgão, por meio de nota.
Convênio com estado
As medidas fazem parte de um convênio firmado entre a Corte eleitoral fluminense e a gestão estadual. Segundo o TRE-RJ, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), concordou tanto com a mudança dos locais das seções quanto com o pedido de reforço federal para a segurança nessas regiões.
Uma reunião realizada no fim de maio entre o Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi) do TRE-RJ e representantes da Polícia Militar começou a detalhar as estratégias de segurança para as eleições de outubro. Segundo a Corte, a expectativa é boa, sobretudo pela experiência de “apoios em eleições recentes”.
“A decisão tem como objetivo garantir a segurança dos eleitores, de modo que possam exercer o direito soberano do voto sem qualquer tipo de pressão no dia do pleito”, afirma o TRE-RJ em nota, que prossegue: “A medida também visa dar tranquilidade para candidatas(os), mesárias(os) e servidoras(es)”.
Em janeiro deste ano, reportagem do GLOBO já havia revelado a intenção do TRE-RJ de alterar os locais de cerca de 50 zonas eleitorais localizadas em áreas dominadas por milícias na Zona Oeste da capital. Esse mapeamento preliminar foi feito a partir de dados da inteligência das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, da Guarda Municipal do Rio e dos ministérios públicos Federal e Estadual.
O desembargador Henrique Figueira tomou conhecimento da força dos paramilitares em seus currais eleitorais ainda na época em que atuou como corregedor eleitoral, em 2022. Na ocasião, por exemplo, uma informação falsa, provavelmente plantada por uma milícia local, tentou, sem sucesso, modificar um local de votação de uma área segura para outra sob domínio do crime, onde poderia exercer mais influência sobre os eleitores.
— A gente tem que garantir a segurança dos eleitores, dando-lhes total liberdade para votarem sem qualquer tipo de pressão. Na verdade, não só a deles, mas também a dos candidatos durante a campanha eleitoral. Eu falo na liberdade de ir e vir das pessoas de maneira geral — disse Figueira à época.
Milícia e tráfico
O domínio da milícia em áreas de votação está distribuído pela Zona Oeste do Rio, em especial nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Sepetiba e Jacarepaguá, além do município vizinho à região, Itaguaí, e na Região dos Lagos.
Já os pontos dominados por traficantes estão em cidades da Baixada Fluminense, como Queimados, Duque de Caxias e Belford Roxo, e da Região Metropolitana, como São Gonçalo e Niterói.
(*Estagiário sob supervisão de Luã Marinatto)
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu transferir o endereço de 93 seções eleitorais do estado localizadas em áreas controladas por facções criminosas. Além disso, o presidente da Corte, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, solicitou a presença de tropas federais no Rio para as eleições municipal deste ano.
Os locais de votação que serão alterados ainda não foram divulgados. Mas, conforme anunciou o TRE-RJ, os endereços serão selecionados considerando a proximidade com locais familiares aos eleitores, dando prioridade a áreas que ofereçam maior segurança durante o processo eleitoral.
De acordo com o TRE-RJ, as regiões que tiveram seções realocadas são consideradas “de alto risco” e “conflagradas”, seja pela presença de milicianos ou do tráfico de drogas. Essas seções, assim, “exigem emprego de grande efetivo de policiais, além do uso de veículos blindados”, destaca o órgão, por meio de nota.
Convênio com estado
As medidas fazem parte de um convênio firmado entre a Corte eleitoral fluminense e a gestão estadual. Segundo o TRE-RJ, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), concordou tanto com a mudança dos locais das seções quanto com o pedido de reforço federal para a segurança nessas regiões.
Uma reunião realizada no fim de maio entre o Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi) do TRE-RJ e representantes da Polícia Militar começou a detalhar as estratégias de segurança para as eleições de outubro. Segundo a Corte, a expectativa é boa, sobretudo pela experiência de “apoios em eleições recentes”.
“A decisão tem como objetivo garantir a segurança dos eleitores, de modo que possam exercer o direito soberano do voto sem qualquer tipo de pressão no dia do pleito”, afirma o TRE-RJ em nota, que prossegue: “A medida também visa dar tranquilidade para candidatas(os), mesárias(os) e servidoras(es)”.
Em janeiro deste ano, reportagem do GLOBO já havia revelado a intenção do TRE-RJ de alterar os locais de cerca de 50 zonas eleitorais localizadas em áreas dominadas por milícias na Zona Oeste da capital. Esse mapeamento preliminar foi feito a partir de dados da inteligência das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, da Guarda Municipal do Rio e dos ministérios públicos Federal e Estadual.
O desembargador Henrique Figueira tomou conhecimento da força dos paramilitares em seus currais eleitorais ainda na época em que atuou como corregedor eleitoral, em 2022. Na ocasião, por exemplo, uma informação falsa, provavelmente plantada por uma milícia local, tentou, sem sucesso, modificar um local de votação de uma área segura para outra sob domínio do crime, onde poderia exercer mais influência sobre os eleitores.
— A gente tem que garantir a segurança dos eleitores, dando-lhes total liberdade para votarem sem qualquer tipo de pressão. Na verdade, não só a deles, mas também a dos candidatos durante a campanha eleitoral. Eu falo na liberdade de ir e vir das pessoas de maneira geral — disse Figueira à época.
Milícia e tráfico
O domínio da milícia em áreas de votação está distribuído pela Zona Oeste do Rio, em especial nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Sepetiba e Jacarepaguá, além do município vizinho à região, Itaguaí, e na Região dos Lagos.
Já os pontos dominados por traficantes estão em cidades da Baixada Fluminense, como Queimados, Duque de Caxias e Belford Roxo, e da Região Metropolitana, como São Gonçalo e Niterói.
(*Estagiário sob supervisão de Luã Marinatto)
Fonte: O GLOBO
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