Conferência terminou no domingo, com assinatura de termo reafirmando compromisso com a soberania territorial ucraniana; Brasil se absteve de assinar

Porto Velho, Rondônia - A Presidência da Rússia se manifestou, nesta segunda-feira, sobre a conferência de Paz organizada pelo governo da Ucrânia na Suíça, para discutir o fim do conflito no Leste Europeu, afirmando que o encontro diplomático apresentou resultado "perto de zero". A cúpula de dois dias, que não teve participação russa e nem delegação chinesa, foi encerrada no domingo, com alguns dos países convidados discordando sobre o documento final.

— Se falarmos sobre os resultados deste encontro, estamos perto de zero — disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov. — [Muitos participantes entenderam que] qualquer discussão séria não tem futuro sem a presença da Rússia.

A maioria dos países participantes da cúpula assinou uma declaração final de apoio à independência e à soberania territorial da Ucrânia. Mas alguns dos convidados, como Brasil, Índia e Arábia Saudita optaram por se abster. Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, justificou a falta de endosso do país ao documento pelo fato de o país ter participado como observador da cúpula da Suíça.

— O Brasil participou como observador — declarou.

Peskov destacou que o presidente russo, Vladimir Putin, "segue aberto ao diálogo e a negociações sérias", apesar dos termos apresentados por ele, na semana passada, terem sido apontados como uma sinalização de que Moscou não estaria realmente interessada em encerrar o conflito. Putin disse que, para encerrar o conflito, a Ucrânia deveria abrir mão das regiões anexadas pela Rússia e abdicar de uma futura entrada na Otan.

Os termos foram alvo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que ironizou a proposição russa durante a cúpula na Suíça.

— [A Rússia] não estão preparados para uma paz justa — disse Zelensky. — Temos de fazer o nosso trabalho, não vamos pensar na Rússia, vamos fazer o que temos de fazer. [A Rússia pode negociar a paz] amanhã se abandonar o nosso território. (Com AFP).


Fonte: O GLOBO