Partido do chanceler Olaf Scholz foi apenas 3º colocado na votação do Parlamento Europeu; opositores pediram convocação de novas eleições nacionais
O governo da Alemanha descartou, nesta segunda-feira, a convocação de eleições antecipadas como as anunciadas pelo presidente da França, Emmanuel Macron, após a derrota para a extrema direita na votação para o Parlamento Europeu. Berlim também viu uma projeção de seus radicais no cenário europeu.
— A data normal das eleições é no próximo outono [segundo semestre de 2025]. E é isso que planejamos fazer — disse Steffen Hebestreit, porta-voz do governo, em uma conferência de imprensa.
Assim como Macron na França, os partidos da coalizão de governo liderada por Olaf Scholz foram superados pelo partido da extrema direita nas eleições locais para o Parlamento Europeu. O Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz teve o seu pior resultado na história do pleito, com apenas 14% dos votos, de acordo com a contagem preliminar — logo atrás da Alternativa para a Alemanha (AfD), que conquistou cerca de 16% dos votos.
A coligação mais votada foi a CDU-CSU, da ex-chanceler Angela Merkel, com cerca de 30%. Os integrantes da coalizão governista de Scholz vieram ainda mais atrás: Os Verdes conquistaram 12% dos votos, enquanto o Partido Liberal teve apenas 5%.
Lideranças do AfD comemoram resultado nas eleições europeias, no domingo — Foto: Ralf Hirschberger/AFP
O resultado no pleito francês gerou apelos da oposição para que Scholz seguisse o exemplo de Macron. Alice Weidel, colíder da AfD, disse que a Alemanha votou pela saída do chanceler e pela queda do governo.
“Agora resta apenas uma tarefa para Scholz: abrir caminho para novas eleições – em vez de governar por mais um ano contra uma grande maioria da população”, escreveu Weidel no X.
Markus Soeder, o líder dos conservadores no estado da Baviera, no sul, também apelou à realização de novas eleições o mais rapidamente possível. A coligação tripartida “já não tem o apoio da população”, disse Soeder à emissora RTL, apelando à Alemanha para seguir os passos da França. (Com AFP)
Fonte: O GLOBO
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