Putin elevou a sua retórica nuclear desde o início do conflito na Ucrânia, alertando no seu discurso à nação em fevereiro que havia um risco “real” de guerra nuclear

Porto Velho, Rondônia - O presidente Vladimir Putin ordenou que os militares russos realizassem exercícios de armas nucleares envolvendo a marinha e as tropas perto da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa na segunda-feira.

Os exercícios têm como objetivo garantir a integridade territorial e a soberania da Rússia "em resposta às declarações provocatórias e ameaças de certos funcionários ocidentais contra a Federação Russa", disse o ministério, citado pela Reuters.

Putin elevou a sua retórica nuclear desde o início do conflito na Ucrânia, alertando no seu discurso à nação em fevereiro que havia um risco “real” de guerra nuclear.

“Durante o exercício, será tomado um conjunto de medidas para praticar a preparação e utilização de armas nucleares não estratégicas”, afirmou o Ministério da Defesa.

As armas nucleares não estratégicas, também conhecidas como armas nucleares táticas, são projetadas para uso no campo de batalha e podem ser lançadas por meio de mísseis.

O ministério disse que os exercícios ocorreriam “num futuro próximo” e visavam garantir a integridade territorial da Rússia face a “ameaças de certas autoridades ocidentais”. Participarão forças aéreas e navais, bem como tropas do Distrito Militar do Sul, que faz fronteira com a Ucrânia e inclui os territórios ucranianos ocupados, disse.

As autoridades ocidentais têm ficado cada vez mais alarmadas com a retórica nuclear do Kremlin durante a ofensiva na Ucrânia, com Putin a invocar frequentemente a doutrina nuclear da Rússia.

No ano passado, a Rússia abandonou a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares e retirou-se de um importante acordo de redução de armas com os Estados Unidos.

De acordo com diplomatas russos e norte-americanos, a invasão da Ucrânia, em 2022, provocou a pior ruptura nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.


Fonte: O GLOBO