Ação começa a ser analisada pelo TSE na quinta-feira

Porto Velho, Rondônia - Sergio Moro preza pela discrição quando o assunto é o julgamento que pode cassá-lo, mas, em conversas reservadas com colegas do Senado, deixa clara sua mudança de humor. Se antes o senador avaliava que a chance de perder sua cadeira não era pequena, hoje apresenta otimismo e acredita que vai preservar seu mandato.

Um dos motivos principais para a nova avaliação foi o parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Barbosa, pela sua absolvição.

A leitura de aliados de Moro no Senado é que o posicionamento do Ministério Público Eleitoral a favor do ex-juiz e a celeridade com que o parecer foi apresentado — em um período de cinco dias — podem ser interpretados como uma tendência d e que a corte deve seguir um posicionamento similar.

Há a leitura ainda de que os membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desejam apreciar o tema enquanto o ministro Alexandre de Moraes está na corte. O magistrado deixará o tribunal em 3 de junho. O caso de Moro começa ser analisado nesta quinta-feira (16).

A avaliação de aliados políticos do ex-juiz é que houve uma mudança de temperatura na relação entre o Congresso e o Judiciário e que a cassação de um senador poderia ter o potencial de acirrar os ânimos. Os parlamentares avaliam que preservar o mandato de Moro seria visto como um gesto ao Legislativo.

Desde o ano passado, quando PT e PL acionaram o ex-juiz na Justiça Eleitoral pedindo sua cassação e a convocação de novas eleições no Paraná, Moro se viu obrigado a intensificar suas articulações políticas.

Mesmo com pouco traquejo, conversou com senadores de todos os partidos, inclusive do PT, na busca de apoio para preservar seu mandato e também buscou algozes, como o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Aliados do ex-juiz avaliam que o caso obrigou Moro a trabalhar seu lado político e que isso pode ajudá-lo a se tornar uma figura de mais trânsito no Senado.


Fonte: O GLOBO