Direção nacional do partido traça estratégia com participação de Lula para compor em cidades estratégias
O avanço do calendário eleitoral e o interesse em caminhar junto a candidatos que devem deixar o cargo em 2026 para participar de disputas estaduais, como no Rio de Janeiro e em Recife, nacionalizou a discussão, enquanto dá margem para o diretório nacional ampliar decisões sobre outras capitais.
Nesta terça-feira, integrantes do diretório nacional entenderam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter participação direta nos movimentos para escolher vice nas capitais do Rio de Janeiro e de Pernambuco. O movimento, tido como difícil diante de resistências dos prefeitos Eduardo Paes (PSD), do Rio, e João Campos (PSB), de Recife, em aceitar uma composição com o PT. Além das duas capitais, o PT tem impasses em Curitiba e João Pessoa, que serão levados à Executiva Nacional depois de não chegar a um acordo no encontro desta terça-feira, em Brasília.
Paes e Campos têm proximidade com o presidente e já participaram de reuniões com ele nos últimos meses. A entrada mais incisiva de Lula nas negociações é uma aposta do partido para reivindicar as vices em duas capitais de relevância política.
No Rio, a situação é vista como mais complicada porque Paes resiste a indicar um petista. O prefeito tem demonstrado preferência por um nome mais ligado a ele, como o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), com a formação de uma chapa “puro-sangue”. Também mantém como plano B outros quadros do PSD e que integram a prefeitura.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a indicação do vice de Paes precisa ser uma condição para o apoio ao prefeito.
— É posição majoritária do partido — disse ao GLOBO.
Apesar dessa postura, é considerada quase impossível a saída da aliança do prefeito carioca para seguir outro caminho em 2024, a despeito de alguns quadros do partido, como o deputado federal Lindbergh Farias, serem abertamente contra caminhar com Paes.
Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, Humberto Costa convocou para a semana que vem os presidentes estadual e municipal da sigla, João Maurício de Freitas e Tiago Santana, a fim de conversar sobre a conjuntura carioca.
Filiação de Anielle
Lula, inclusive, é esperado também na semana que vem pelo PT do Rio para um ato de filiação da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, ao partido. O evento deve ser no anfiteatro da Uerj. Em fevereiro, o presidente chegou a consultar correligionários sobre o nome de Anielle para o posto.
Nesta terça-feira, integrantes do diretório nacional entenderam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter participação direta nos movimentos para escolher vice nas capitais do Rio de Janeiro e de Pernambuco. O movimento, tido como difícil diante de resistências dos prefeitos Eduardo Paes (PSD), do Rio, e João Campos (PSB), de Recife, em aceitar uma composição com o PT. Além das duas capitais, o PT tem impasses em Curitiba e João Pessoa, que serão levados à Executiva Nacional depois de não chegar a um acordo no encontro desta terça-feira, em Brasília.
Paes e Campos têm proximidade com o presidente e já participaram de reuniões com ele nos últimos meses. A entrada mais incisiva de Lula nas negociações é uma aposta do partido para reivindicar as vices em duas capitais de relevância política.
No Rio, a situação é vista como mais complicada porque Paes resiste a indicar um petista. O prefeito tem demonstrado preferência por um nome mais ligado a ele, como o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), com a formação de uma chapa “puro-sangue”. Também mantém como plano B outros quadros do PSD e que integram a prefeitura.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a indicação do vice de Paes precisa ser uma condição para o apoio ao prefeito.
— É posição majoritária do partido — disse ao GLOBO.
Apesar dessa postura, é considerada quase impossível a saída da aliança do prefeito carioca para seguir outro caminho em 2024, a despeito de alguns quadros do partido, como o deputado federal Lindbergh Farias, serem abertamente contra caminhar com Paes.
Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, Humberto Costa convocou para a semana que vem os presidentes estadual e municipal da sigla, João Maurício de Freitas e Tiago Santana, a fim de conversar sobre a conjuntura carioca.
Filiação de Anielle
Lula, inclusive, é esperado também na semana que vem pelo PT do Rio para um ato de filiação da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, ao partido. O evento deve ser no anfiteatro da Uerj. Em fevereiro, o presidente chegou a consultar correligionários sobre o nome de Anielle para o posto.
No domingo passado, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de mandar matar a irmã dela, a vereadora Marielle Franco. Um deles, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), era secretário de Ação Comunitária de Paes até fevereiro.
Na reunião de ontem, realizada em Brasília e também com participações remotas, a cúpula nacional do PT debateu a situação das duas cidades e também de Curitiba e de João Pessoa. Apesar disso, a única deliberação formal tomada foi remeter a decisão sobre as disputas para a Executiva Nacional, grupo com menos pessoas e eleito pelo próprio diretório.
Gleisi disse ainda que as disputas em outras cidades também podem vir a ser decididas pela cúpula nacional da legenda.
Integrantes da legenda no Rio, como o deputado federal Washington Quaquá, já disseram que o cargo não deveria ser critério para o apoio. De acordo com participantes da conversa de ontem, Quaquá, que é do diretório, não fez falas durante a reunião, e todas as declarações foram no sentido de apoiar a exigência da vice.
O caso do Rio de Janeiro foi levado para a cúpula nacional do PT justamente para evitar que a direção local da legenda abrisse mão da vice de Paes muito antes da eleição. O secretário de Assuntos Federativos do Ministério da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), André Ceciliano, é apontado como uma opção dentro do PT para o posto na chapa do prefeito carioca.
Situação em PE
A participação do presidente nessas duas cidades foi anunciada na reunião por nomes da legenda como Humberto Costa (PE), o deputado Jilmar Tatto (SP) e a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade.
No Recife, há uma disputa interna entre o deputado Carlos Veras e Mozart Salles, que trabalha na SRI, pela tentativa de indicação para a vice de Campos. No entanto, como o atual prefeito desfruta de amplo favoritismo na disputa, o ambiente é considerado pouco propício a cessões.
Assim como Paes, Campos é cotado para deixar o mandato no meio, caso reeleito, para concorrer ao governo estadual em 2026, o que faz o posto de vice ser cobiçado pelo PT, já que ganharia a prefeitura “de presente” daqui a dois anos. No atual mandato, a vice é Isabella de Roldão (PDT).
O partido de Lula também pretende resolver impasses em Curitiba, onde se divide entre ter candidatura própria e apoiar Luciano Ducci (PSB), e em João Pessoa, onde a sigla também avalia candidatura própria, mas uma ala quer apoiar o prefeito Cícero Lucena (PP).
Em Curitiba, Gleisi, que tem o Paraná como reduto político, deseja apoiar o candidato do PSB, mas os deputados petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora defendem um nome do partido.
Em João Pessoa, há dúvida sobre apoiar a candidatura da deputada estadual Cida Ramos (PT) ou do atual prefeito. Lucena é aliado do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), político do Centrão com proximidade ao governo Lula.
O curto documento aprovado ontem com o encaminhamento para a Executiva recebeu 49 votos a favor e 19 contra dos integrantes do diretório nacional.
Fonte: O GLOBO
Na reunião de ontem, realizada em Brasília e também com participações remotas, a cúpula nacional do PT debateu a situação das duas cidades e também de Curitiba e de João Pessoa. Apesar disso, a única deliberação formal tomada foi remeter a decisão sobre as disputas para a Executiva Nacional, grupo com menos pessoas e eleito pelo próprio diretório.
Gleisi disse ainda que as disputas em outras cidades também podem vir a ser decididas pela cúpula nacional da legenda.
Integrantes da legenda no Rio, como o deputado federal Washington Quaquá, já disseram que o cargo não deveria ser critério para o apoio. De acordo com participantes da conversa de ontem, Quaquá, que é do diretório, não fez falas durante a reunião, e todas as declarações foram no sentido de apoiar a exigência da vice.
O caso do Rio de Janeiro foi levado para a cúpula nacional do PT justamente para evitar que a direção local da legenda abrisse mão da vice de Paes muito antes da eleição. O secretário de Assuntos Federativos do Ministério da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), André Ceciliano, é apontado como uma opção dentro do PT para o posto na chapa do prefeito carioca.
Situação em PE
A participação do presidente nessas duas cidades foi anunciada na reunião por nomes da legenda como Humberto Costa (PE), o deputado Jilmar Tatto (SP) e a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade.
No Recife, há uma disputa interna entre o deputado Carlos Veras e Mozart Salles, que trabalha na SRI, pela tentativa de indicação para a vice de Campos. No entanto, como o atual prefeito desfruta de amplo favoritismo na disputa, o ambiente é considerado pouco propício a cessões.
Assim como Paes, Campos é cotado para deixar o mandato no meio, caso reeleito, para concorrer ao governo estadual em 2026, o que faz o posto de vice ser cobiçado pelo PT, já que ganharia a prefeitura “de presente” daqui a dois anos. No atual mandato, a vice é Isabella de Roldão (PDT).
O partido de Lula também pretende resolver impasses em Curitiba, onde se divide entre ter candidatura própria e apoiar Luciano Ducci (PSB), e em João Pessoa, onde a sigla também avalia candidatura própria, mas uma ala quer apoiar o prefeito Cícero Lucena (PP).
Em Curitiba, Gleisi, que tem o Paraná como reduto político, deseja apoiar o candidato do PSB, mas os deputados petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora defendem um nome do partido.
Em João Pessoa, há dúvida sobre apoiar a candidatura da deputada estadual Cida Ramos (PT) ou do atual prefeito. Lucena é aliado do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), político do Centrão com proximidade ao governo Lula.
O curto documento aprovado ontem com o encaminhamento para a Executiva recebeu 49 votos a favor e 19 contra dos integrantes do diretório nacional.
Fonte: O GLOBO
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