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Deputado federal e pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos brincou com a troca de afagos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta sexta-feira. O gracejo do psolista ocorreu durante o evento de filiação ao PT de Marta Suplicy, que será sua vice, ocorrido horas depois da agenda anterior do titular do Planalto.
— Pelo o que vi hoje em Santos, se bobear, o Lula traz até o Tarcísio para essa frente — disse o líder sem-teto ao discursar na cerimônia.
A fala foi dita num contexto em que Boulos defendia a sua aliança com Marta, que até janeiro ocupava a secretaria de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB), seu adversário na corrida eleitoral paulistana. Nunes busca o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também aliado de Tarcísio, que foi seu ministro.
— Um pensa diferente do outro, mas o que a gente quer é unidade. E unidade não se faz entre iguais — discursou o psolista, em referência a Marta.
Tarcísio promete ser um dos principais cabos eleitorais de Ricardo Nunes. No mês passado, ele declarou, pela primeira vez publicamente, apoio à reeleição do prefeito, com quem tem feito uma série de agendas conjuntas nas últimas semanas.
Nesta sexta-feira, em evento para anunciar uma parceria entre o governo federal e o governo de São Paulo, Lula pregou “deixar as diferenças de lado” ao administrar o país e garantiu que Tarcísio vai ter “tudo que for necessário” do Planalto. O governador, por sua vez, agradeceu ao petista e fez questão de citar outras parcerias com a gestão federal, como as reformas na Avenida Perimetral, que levar até o Porto de Santos, e a construção de moradias a pessoas que vivem em palafitas nas cidades do Litoral Sul.
Durante o discurso de Lula, a plateia entoou o grito “volta para o PT”, em referência a Tarcísio. Neste momento, o presidente relembrava que, no seu primeiro mandato, encontrou o hoje governador quando ele atuava como engenheiro no Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, durante as obras do gasoduto Coari-Manaus, no Amazonas. O governador também trabalhou no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) na gestão de Dilma Rousseff (PT).
A troca de afagos irritou bolsonaristas. Como mostrou a colunista do GLOBO Malu Gaspar, parlamentares ligados ao ex-presidente consideraram que o governador teve um discurso “tecniquês”, enquanto Lula explorou o lado político.
Fonte: O GLOBO
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