Levantamento detecta padrão em gols sofridos pelo Botafogo após os 40 minutos do segundo tempo

Perigo vem pelo alto e indica ponto de atenção para primeira decisão do ano, contra o Aurora-BOL, na quarta-feira, na Libertadores

O Botafogo terá nesta quarta-feira sua primeira decisão em 2024. Diante de momento de grande pressão, a equipe vai tentar superar um problema que perdura desde a última temporada: os gols sofridos nos minutos finais.

Desde a fatídica derrota por 4 a 3 para o Palmeiras no Brasileirão do ano passado, o time já sofreu oito gols após os 40 minutos do segundo tempo. Na semana passada, a defesa voltou a ser vazada no fim da partida, no empate em 1 a 1 com o Aurora-BOL — válido pela ida do confronto que vale a sobrevivência na Libertadores.

Os números ajudam a entender as dificuldades do Botafogo nos momentos finais da partida. Dos oito gols sofridos, seis foram através de jogadas aéreas, sendo quatro de cabeça. Apenas contra o Aurora-BOL e Bragantino, o alvinegro não foi vazado após um cruzamento na segunda trave.

Gol do Aurora foi marcado aos 50 minutos do segundo tempo — Foto: Arte O GLOBO

Bragantino e Botafogo — Foto: Arte O GLOBO

Gol do Santos marcado aos 44 minutos do segundo tempo — Foto: Reprodução O GLOBO

Gol do Coritiba marcado aos 53 minutos do segundo tempo — Foto: Arte O GLOBO

A desatenção alvinegra parece se sobressair em relação à parte tática. Tirando um gol do Palmeiras, marcado por Flaco López, em que tinha a mesma quantidade de jogadores, o Botafogo estava em superioridade numérica na área em relação ao adversário em todas as outras vezes que foi vazado após os 40 do segundo tempo.

Gol do Nova Iguaçu marcado aos 43 minutos do segundo tempo — Foto: Arte O GLOBO

Os gols sofridos na reta final dos jogos foram fator determinante na perda do título do Brasileiro de 2023. No total, o alvinegro deixou de conquistar nove pontos com as cinco vezes em que foi vazado após os 40 minutos da segunda etapa — o que seria suficiente para terminar a competição no topo da tabela. O clube de General Severiano ficou na quinta posição e sem a vaga direta para a fase de grupos da Libertadores.

O roteiro do ano passado parece se repetir neste início de temporada. Com dois gols sofridos no fim das partidas — contra Nova Iguaçu e Flamengo —, o Botafogo perdeu três pontos que o colocariam na zona de classificação das semifinais do Campeonato Carioca. Para ficar no G4 da Taça Guanabara, o alvinegro precisa vencer o clássico contra o Fluminense e torcer por um tropeço do Vasco — que encara a Portuguesa, em São Januário.

A média de gols sofridos após os 40 minutos da etapa final —desde a derrota para o Palmeiras — é de quase um a cada duas partidas. São oito em 20 jogos, em um intervalo de menos de quatro meses.

Gol do Flamengo marcado aos 54 minutos do segundo tempo — Foto: Arte O GLOBO

Antes do início da sequência, o Botafogo só havia sido vazado após os 40 minutos do segundo tempo uma vez no ano passado, num gol de Léo Pereira em derrota para o Flamengo por 1 a 0.

A discussão sobre a parte mental do time passou a ser corriqueira diante de cenas que ficam se repetindo. Entretanto, a questão psicológica dos jogadores pode não ser a única explicação para o que vem acontecendo com o clube.

Botafogo x Palmeiras, gol de Murilo — Foto: Arte O GLOBO

Gol do Palmeiras - Flaco López — Foto: Arte O GLOBO

Com o confronto contra o Aurora batendo na porta, o Botafogo vai para o “tudo ou nada” na Libertadores com um treinador interino. Fábio Matias, auxiliar técnico fixo do clube, vai estar novamente à beira do campo na grande decisão — ele já comandou o time na vitória sobre o Audax por 2 a 0, no último sábado. Tiago Nunes foi demitido na semana passada, após o empate com o Aurora em Cochabamba. Apesar do momento decisivo para a temporada, a diretoria alvinegra não quer apressar o processo de escolha do novo comandante.

Botafogo e Aurora se enfrentam amanhã, às 21h30, no Estádio Nilton Santos. No jogo de ida, as duas equipes ficaram no empate em 1 a 1. Quem sair vitorioso nos 90 minutos avança na competição. Em caso de igualdade no placar, a classificação será decidida na disputa de pênaltis. O vencedor enfrentará quem sair do duelo entre Bragantino e Águilas-COL, que empataram em 0 a 0 na semana passada.


Fonte: O GLOBO