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Antes do ato, Nunes se encontrou com Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Num vídeo distribuído pela pré-campanha, o prefeito aparece cumprimentando o ex-presidente com um abraço. Próximo aos dois estão o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado André do Prado (PL).
O prefeito ficou pouco mais de uma hora na manifestação e saiu logo no início do discurso inflamado de Silas Malafaia — não chegou a presenciar os ataques do pastor ao Supremo Tribunal Federal (STF) e nem mesmo o ex-presidente se defendendo das investigações.
Além de rápida, a participação do emedebista no ato foi discreta: ele ficou longe de Bolsonaro e, em vários momentos, era difícil enxergá-lo em cima do caminhão de som. Como previsto, Nunes também não discursou. E foi citado por Bolsonaro apenas num agradecimento à presença da Guarda Civil Metropolitana na Avenida Paulista.
Ao deixar o evento, por volta das 15h50min, Nunes justificou que precisava dar suporte à esposa em um evento de adoção de animais — a camiseta amarela que ele usou no ato trazia o logo da feira promovida pela ONG "SOS Caramelo". Mais tarde, ele voltou a se encontrar com Bolsonaro e outros aliados numa "pizzada" organizada no bairro da Santa Cecília, com mais de 100 convidados.
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Ao GLOBO, o prefeito elogiou o ato "organizado, pacífico e democrático" e ressaltou a ausência de cartazes com ofensas a instituições. Questionado se acredita na inocência de Bolsonaro, ele afirmou que todos são inocentes até que se tenha um julgamento.
— É um erro grave incriminar alguém antes de todo o processo legal, não só o presidente Bolsonaro, qualquer um —defendeu Nunes, que tirou foto com apoiadores antes de deixar o local.
Nunes contrariou o próprio partido ao ir à manifestação bolsonarista de domingo. A legenda tem demarcado distância do ex-presidente, sobretudo por conta de sua postura nacional, e pressionado o prefeito não adotar uma guinada excessiva à direita. Hoje, o MDB está na base do governo Lula, com três ministérios, e no passado rejeitou embarcar na gestão Bolsonaro.
A principal preocupação é que, ao ter sua imagem associada à de Bolsonaro, o chefe do Executivo paulistano herde a rejeição enfrentada pelo ex-presidente na capital, além de prejudicar o partido nacionalmente. Na última eleição, de 2022, Lula e Fernando Haddad saíram vitoriosos na capital paulista.
A ligação entre Nunes e Bolsonaro é a principal estratégia de campanha de Boulos. No domingo de manhã, o líder sem-teto distribuiu uma mensagem num grupo de WhatsApp com apoiadores dizendo que "enquanto São Paulo sofre, Ricardo Nunes marca presença em camarote do golpe".
A busca pelo palanque do ex-presidente da República tem duas justificativas pragmáticas: assegurar a presença do PL na chapa do emedebista, garantindo assim um maior tempo de televisão, e impedir que Bolsonaro apoie outro candidato e fragmente os votos da direita.
Em nota, o presidente do diretório municipal do MDB de São Paulo, Enrico Misasi, afirmou que, caso vença o pleito de 2024, o prefeito continuará sendo ele.
"São Paulo tem um prefeito conservador, cristão, contra a liberação das drogas, contra a liberação do aborto e, principalmente, contra a invasão de propriedades", diz o dirigente.
Ele ainda acrescenta:
"O arco de apoio do Nunes vai do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Paulinho da Força (Solidariedade), passando pelo Aldo Rebelo. O Boulos tenta polarizar, porque não tem um projeto de cidade e tem zero experiência no assunto. Todos sabem que Nunes é do MDB e o MDB é um partido de centro. Falar que o MDB é bolsonarista significa dizer que o Lula tem em seu governo ministros bolsonaristas."
Bolsonaristas criticam
Apesar de reconhecerem o gesto do prefeito, alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro não aprovaram a participação breve dele e tampouco a ausência de publicações ao lado do ex-mandatário nas redes sociais. No domingo, Nunes postou fotos ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do governador Tarcísio de Freitas, ambas nos stories, cuja duração é de 24 horas. Nesta segunda-feira, um dia depois do ato, ele postou outro storie: neste, há um trecho do abraço em Bolsonaro.
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— Fiquei muito feliz em ver o prefeito de São Paulo na manifestação, ainda que de forma muito tímida e sem explicitar o apoio em suas redes sociais. Espero que tenha sido uma percepção equivocada de minha parte e que o apoio do presidente Bolsonaro à sua reeleição seja recíproco e incondicional — disse o deputado estadual bolsonarista Lucas Bove, do PL, que estava na manifestação.
Fabio Wajngarten, advogado e braço-direito de Bolsonaro, declarou que a participação de Nunes foi "adequada" e que o prefeito "demonstrou apoio e solidariedade" ao ex-presidente:
—Todos que decidiram participar, prestigiar, são bem-vindos. É um momento histórico da democracia. O Nunes constrói neste momento a verdadeira frente ampla — declarou o ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro.
Embora não tenha publicado nas redes sociais, a pré-campanha de Nunes enviou vídeos do prefeito com o o ex-presidente e, em nota, classificou o ato como a "maior manifestação pública já realizada na Avenida Paulista e na história da democracia brasileira".
Fonte: O GLOBO
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