Levantamento da Confederação Nacional do Transporte mostra cenário estável na comparação com o ano passado
O estado geral das rodovias brasileiras continua sendo classificado como regular, ruim ou péssimo, o que reforça a necessidade de investimentos no modal mais utilizado no país, indica levamento anual da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado nesta quarta-feira. A pesquisa revela que 67,5% das estradas analisadas, uma extensão de 111.502 quilômetros de estradas federais e estaduais, têm uma avaliação ruim e apenas 32,5% delas são consideradas ótimas.
Em relação ao ano passado, a situação das rodovias ficou praticamente estável: 66% ganharam nota ruim e 34% foram bem avaliadas em 2022.
O trabalho envolveu 20 equipes, que, a partir das capitais, avaliaram o estado das vias durante 32 dias. Além da inspeção no local, foram realizados vídeos e fotos dos trechos que fazem parte da 26ª edição da pesquisa da CNT.
Foram apontados 2.684 pontos críticos, que requerem intervenções urgentes para evitar acidentes, melhorar a fluidez dos veículos e reduzir custos. Entre eles, quedas de barreiras, pontes destruídas, erosões na pista, buracos e pontes estreitas, dentre outros.
Na avaliação do estado geral das rodovias, foram considerados características como pavimento, sinalização e geometria da via. Neste ano, em 56,8% delas, o pavimento foi classificado como ruim; 63,4% têm problemas de sinalização; e 66%, problemas de geometria. Os percentuais também ficaram praticamente estáveis em relação a 2022, segundo a pesquisa.
"A realidade que o estudo expõe reforça a necessidade de continuar mantendo investimentos perenes que viabilizam a reconstrução, a restauração e manutenção das rodovias", diz a CNT.
A entidade lembra ainda que a proposta de Orçamento da União de 2024, enviada ao Congresso, prevê redução de 4,5% no volume de recursos destinados ao setor, na comparação com este ano. A CNT afirma que atua para aumentar a verba por meio de emendas parlamentares.
De acordo com o levantamento, a avaliação do estado das estradas administradas pelo pelo governos federal e estadual piorou, subindo de 76,6% para 77,1%. Já em relação aos trechos concedidos à iniciativa privada, os resultados são positivos, 64,1% das vias são consideradas em bom estado de conservação.
A CNT destaca que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos estimados em R$ 185,8 bilhões em recursos públicos e privados na malha rodoviária, tem potencial para recuperar as vias.
Fonte: O GLOBO
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