Justiça da Espanha investiga a tentativa de coerção por parte dos dirigentes para que a atacante alegasse que o beijo forçado pelo ex-presidente da RFEF foi consensual

As investigações da justiça espanhola sobre o chamado "Caso Rubiales", que analisa o beijo forçado de Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) na atacante Jenni Hermoso seguem a todo vapor. Nesta quinta-feira, a jogadora e Patricia Perez, chefe da imprensa da RFEF, entregaram seus celulares para realizar perícia sobre as tentativas de coerção para que a atleta afirmasse que o beijo foi consensual. As informações são do Mundo Deportivo.

Hermoso e Pérez já prestaram depoimento à Justiça, e na quarta-feira, Jorge Vilda, ex-treinador da seleção e campeão do mundo no último mês de agosto, teve sua condição de testemunha alterado para investigado no inquérito. Ele também é acusado de fazer parte da pressão à jogadora e aos seus familiares para que participasse da versão de Rubiales de que o beijo foi consensual.

No dia seguinte ao episódio, a RFEF publicou uma nota com uma suposta declaração de Hermoso afirmando que o beijo forçado por Rubiales foi uma "brincadeira entre amigos". A atacante usou as redes sociais para se posicionar contra a nota, alegando que as frases eram falsas e que se sentiu vítima de assédio sexual na ocasião. A Pérez foi atribuída a decisão de publicar o comunicado, mas até o momento ela participa como testemunha da investigação.

O irmão da jogadora, Rafael Hermoso, também prestou depoimento e entregou o celular para a justiça. O objetivo é conferir as mensagens e ligações de pessoas ligadas à RFEF para a família da atacante e confirmar a versão de que houve uma pressão para que ela embarcasse na versão contada por Rubiales.

Os próximos procedimentos do caso estão marcados para a segunda-feira, 2 de outubro, quando Alexia Putellas, Irene Paredes e Misa Rodríguez, integrantes da seleção espanhola, prestarão depoimento. Na terça-feira seguinte, 10, é a vez dos investigados Albert Luque, diretor de seleções; Rubén Rivera, diretor de marketing, e Jorge Vilda falarem à justiça.


Fonte: O GLOBO