Comentário do presidente veio um dia após líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmar que a adesão do PP e do Republicanos à base está 'consolidada'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje em coletiva em Bruxelas que “não existe possibilidade” de abrir espaço na Casa Civil para o Progressistas (PP) e para o Republicanos serem incorporados ao governo. Lula disse que as conversas serão conduzidas "com muita tranquilidade, um dia após o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) afirmar que "está consolidada" a adesão de ambos partidos à base.
Segundo o presidente, é de interesse do governo aumentar a base "para dar tranquilidade à governança dentro do Congresso Nacional", mas fez uma ressalva. Ele respondia a uma pergunta questionando se há possibilidade de o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ir para a Petrobras e se há possibilidade de uma reacomodação buscando agradar PP e Republicanos.
— Não existe esta possibilidade — disse Lula. — À medida que você tenha partidos que queiram participar da base, nós temos interesse em trazer esses partidos para dar tranquilidade a nossa governança dentro do Congresso Nacional. Mas quem discute ministro é o Presidente da República. Não é o partido que pede ministério, é o Presidente da República que oferece.
O presidente disse que quando voltar ao Brasil e os deputados voltarem de férias, chamará as pessoas para conversar e oferecer o que "acha que é necessário oferecer para construir a tranquilidade do Congresso Nacional que nós precisamos":
— A gente não pode ir com muita sede ao pote. A gente tem que ir devagar para fazer um acordo maduro, que seja duradouro, e que permita a gente fazer as coisas certas — disse Lula.
Os comentários de Lula vieram um dia após Guimarães afirmar que a adesão do PP e do Republicanos à base "está consolidada". A declaração foi dada após Guimarães participar de uma reunião do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com o deputado federal Silvio Costa Filho (PE), indicado pelo Republicanos para participar do governo.
Guimarães ressaltou que a decisão final será por Lula, afirmando que ele "não bateu o martelo, não deliberou nada, qual o tamanho, para onde". A princípio, o PP gostaria de ver Fufuca à frente do Ministério do Desenvolvimento Social, hoje com o petista Wellington Dias. Já o Republicanos desejava que Silvio Costa Filho assumisse a pasta de Esporte, que tem Ana Moser como titular. Lula, porém, descartou entregar os dois ministérios ao Centrão.
O presidente disse que as decisões serão feitas com tranquilidade e respeito ao Congresso Nacional:
— Com muita tranquilidade, com muito respeito ao Congresso Nacional, nós vamos conversar com todas as forças políticas e vamos fazer aquilo que é necessário fazer para que a gente faça as mudanças legislativas de que o Brasil precisa.
Fonte: O GLOBO
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