País espera onde de calor por mais de 15 dias; nos Estados Unidos, a temperatura chega a 41ºC neste fim de semana

A Grécia está no sábado em "vigilância absoluta" com previsões de temperaturas acima dos 44ºC, enquanto nos Estados Unidos se prevê que a onda de calor que atinge o sul do país se alastre. Na Grécia, todos os sítios arqueológicos, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, serão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia até domingo, anunciou o Ministério da Cultura.

"É necessária vigilância absoluta, porque os tempos difíceis não passaram", disse o primeiro-ministro Kyriakos Mitsokakis.

“Enfrentamos uma nova onde de calor” e “uma eventual mudança do vento” que desde segunda-feira alimenta vários incêndios na capital, acrescentou.

No centro do país, são esperadas temperaturas de até 45ºC. O recorde absoluto no país é de 48ºC em 1977, em Elefsina, perto de Atenas. Na capital, a máxima atingida é de 44,8 ºC em junho de 2007.

"Estou acostumado com altas temperaturas. Nós as temos todo verão, mas o difícil este ano é que as ondas de calor continuam acontecendo", disse Christos Boyiatzis no elegante bairro de Kolonaki, em Atenas.

"O que nos preocupa é que as previsões indicam um novo aumento das temperaturas na próxima semana. Seria uma onda de calor que dura mais de 15 dias, ou seja, a mais longa registrada na Grécia", afirma Kostas Lagouvardos, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Sustentável do Observatório Nacional de Atenas.

Progressão nos Estados Unidos

No continente americano, cerca de 80 milhões de americanos vão ficar com temperaturas iguais ou superiores a 41ºC durante o fim-de-semana, alertam os serviços meteorológicos do país.

As temperaturas podem ultrapassar os 46ºC em Phoenix, capital do Arizona (sudoeste), que registra o maior período de calor já registrado, com 22 dias seguidos com temperaturas superiores a 43ºC.

Na quinta-feira, o calor intensa provocou um incêndio em uma instalação de armazenamento de propano em que os tanques de gás explodiram.

"Durante um dia quente como este, esses tanques de propano se expandem no calor e se tornam verdadeiros mísseis", enviando destroços a mais de 450 metros, disse um oficial dos bombeiros à televisão local KPHO.

A cerca de 500 quilômetros dali, na Califórnia, o Vale da Morte, um dos lugares mais quentes do planeta, atrai turistas que tiram fotos ao lado de uma tela que mostra temperaturas cada vez mais extremas.

Há quem espere que seja batido o recorde absoluto do planeta, de 56,6ºC ali registrado em 1913, mas contestado por alguns especialistas.

Um homem de 71 anos morreu no local no início da semana e os guardas do parque nacional suspeitam que "o calor desempenhou um papel importante" na morte.

No restante de julho, a onda de calor deve se deslocar para o centro do país, contornando as Montanhas Rochosas e se instalando nas grandes planícies do Centro-Oeste, segundo a Agência de Observação Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA).

Com ondas de calor na Europa, nas Américas e na Ásia, o mês de julho está a caminho de se tornar o mais quente já registrado na Terra, não apenas desde o início das medições, mas também em “séculos, senão milhares de anos”, disse o chefe de climatologia da NASA, Gavin Schmidt, a repórteres.

E isso não se deve apenas ao El Niño, fenômeno climático cíclico que nasce no Oceano Pacífico e provoca o aumento das temperaturas planetárias, diz.

Para este especialista, as temperaturas extremas vão persistir porque “continuamos a emitir gases com efeito de estufa para a atmosfera”.


Fonte: O GLOBO