Estatal vai distribuir R$ 35,8 bilhões aos acionistas em três parcelas, de maio a dezembro

A Petrobras confirmou a aprovação dos dividendos a serem pagos neste ano após a realização de Assembleia Geral Ordinária (AGO). Os pagamentos serão realizados em três prestações, que somam R$ 35,81 bilhões, referentes ao exercício de 2022.

As parcelas serão pagas em 19 de maio, 16 de junho e 27 de dezembro. Pela proposta original, seriam duas parcelas mas isso mudou na assembleia. Os valores das três parcelas continuarão a ser atualizados pela variação da taxa Selic até a data dos efetivos pagamentos. veja o calendário:
  • 19 de maio de 2023: no valor de R$ 1,42978096 por ação (ordinária ou preferencial) em circulação, para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, e, a partir de 26 de maio de 2023 para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociadas na New York Stock Exchange (Nyse).
  • 16 de junho de 2023: no valor de R$ 0,91106456 por ação (ordinária ou preferencial) em circulação, para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, e a partir de 23 de junho de 2023, para os detentores de ADRs.
  • 27 de dezembro de 2023: no valor de R$ 0,51871639 por ação (ordinária ou preferencial) em circulação, para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, e, a partir de 4 de janeiro de 2024, para os detentores de ADRs.
Em 1º de março, a Petrobras havia informado que os acionistas iriam deliberar na AGO sobre a criação de uma reserva estatutária para os dividendos excedentes ou o pagamento de uma terceira parcela em dezembro. No entanto, a União não apresentou a proposta de criação da reserva técnica. Como a União tem maioria, a proposta foi aprovada por 84,06% dos acionistas.

Política pode mudar

Para analistas de mercado, a tendência é que a distribuição de dividendos seja menos volumosa na nova gestão.

Além das críticas de membros do governo à política adotada nos últimos anos pela empresa, o novo comando da Petrobras já sinalizou que pretende retomar a política de investimentos da petroleira, mesmo em áreas que não fazem parte do seu core business, o que tende a diminuir o montante de recursos em caixa para a distribuição de proventos.

Para os analistas do Itaú BBA, a discussão sobre a política de dividendos deve ficar aquecida a partir da renovação do Conselho.

"Devemos esperar mais luz sobre as possíveis mudanças na política de proventos a serem dadas no release de resultados do 1T23 e acreditamos que é mais provável que a empresa opte por suspender a atual política de dividendos e siga a política estatutária até que a nova administração possa ter mais clareza sobre o próximo Plano Estratégico e decidir sobre uma nova política”, avalia o BBA.

Em relatório, os analistas do Goldman Sachs destacam que a eleição de membros não aprovados pelo comitê de pessoas da empresa pode ser um vento contrário para as ações, também levantando questões sobre a futura alocação de capital da estatal e quaisquer possíveis ajustes na política de preços de combustível.

“Por outro lado, vemos o pagamento integral dos dividendos como positivo, o que pode indicar a disposição do governo de potencialmente anunciar um novo provento junto com os resultados do 1T23, esperados para 11 de maio (possivelmente atingindo cerca de US$ 4,5 bilhões, de acordo com as projeções do banco)”, avalia o Goldman.

Na assembleia, a Petrobras também aprovou os nomes indicados pelo governo para a formação do Conselho, incluindo indicações que haviam recebido pareceres contrários do Comitê de Pessoas (Cope) da estatal, e a nova remuneração para os executivos.


Fonte: O GLOBO