Amigos e parentes do ex-ministro relataram que ele está “abalado”, tem acompanhamento psiquiátrico e faz o uso de medicamentos, mas descarta delação

A família de Anderson Torres vive um momento de certo otimismo desde que o ex-ministro da Justiça foi preso, em janeiro, por suspeita de omissão e participação nos atos golpistas do dia 8. Com a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) a favor de sua soltura, nesta semana, os parentes de Torres estão esperançosos sobre a possibilidade dele sair detrás das grades.

Neste cenário, Torres dividiu com os poucos amigos que tiveram permissão para visitá-lo qual seria seu plano após deixar a prisão. O ex-ministro garante que se afastará totalmente da política e que focará 100% de seu tempo na família. A possibilidade de fazer uma delação premiada continua sendo descartada por pessoas próximas a Torres, que afirmam que uma medida como essa “não é do seu perfil”.

Amigos e parentes do ex-ministro relataram à coluna que ele está “abalado emocionalmente”, que tem acompanhamento psiquiátrico e faz o uso de medicamentos desde a sua prisão. Torres vem sendo aconselhado por quem o visita a tentar pensar em um projeto pessoal e tonar seu dia na cela mais produtivo, com atividades como leituras e cursos, mas tem apresentado dificuldades em seguir os conselhos.

Como informou o portal “UOL”, na manifestação na qual a defesa de Torres pede sua soltura ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados afirmam que o ex-ministro “entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”.

Anderson Torres da Justiça está preso no 4º Batalhão da PM, em Brasília. O sala tem um beliche, onde ele dorme, um aparelho de televisão que, segundo pessoas próximas, sintoniza apenas um canal, e uma antessala com sofá rasgado e mesa com quatro cadeiras.


Fonte: O GLOBO