Craque do Brasileirão 2022, Gustavo Scarpa investiu R$ 6 milhões em criptomoedas, em uma aplicação indicada por Willian Bigode, e não sabe onde está o seu dinheiro

Gustavo Scarpa, o craque do Brasileirão 2022, hoje no futebol inglês, e Willian Bigode, atualmente no Fluminense, estão envolvidos em negócio fracassado e marcado por suspeita de fraude. Willian Bigode, que também se diz vítima, foi quem levou o amigo Scarpa a comprar cripomoedas com a Xland. O lateral Mayke e o goleiro Weverton, ambos do Palmeiras, também perderam dinheiro na empreitada.

Veja o que se sabe sobre o caso:

O que aconteceu?

Mayke e Gustavo Scarpa acusam três empresas de terem aplicado um golpe milionário neles: Xland, WLJC Consultoria e Soluções Tecnologia Eireli. A WLJC, fundada em 2019, tem Willian Bigode como um dos sócios e é parceria da Xland, cuja filial é no Rio Branco.

Há mais de dois anos, o Ministério Público do Acre abriu uma ação civil pública contra a Xland. A empresa responde a três processos na Justiça do Acre. A acusação: calote nos investidores de mais de R$ 2 milhões.

Os dois jogadores dizem que tinham uma relação de amizade com Willian Bigode e que confiaram nele para fazer o investimento.

Bigode defende o Fluminense, mas foi companheiro de equipe de ambos no Palmeiras e foi quem indicou a Xland. Ele ganharia parte dos lucros com as operações. Para a polícia, o jogador disse que não teve benefícios financeiros com as indicações.

Quando a história começou?

Mayke e Scarpa afirmaram que aplicaram o dinheiro em maio de 2022. A promessa era de rendimento de 5% ao mês, muito acima do que se vê no mercado.

Quanto eles investiram?

Mayke afirma ter investido R$ 4,5 milhões e Scarpa, R$ 6,3 milhões. Em 19 de agosto, Scarpa pediu rescisão de contrato porque começou a desconfiar que havia caído em um golpe. Após várias trocas de mensagens e promessas de pagamento, ele recebeu apenas R$ 1.200 de volta.

Ambos entraram na Justiça para reaver o dinheiro mas até o momento não conseguiram recuperar o investimento.

Willian Bigode também aplicou?

O atacante também se diz vítima da Xland e diz que aplicou R$ 17,5 milhões. A empresa da qual Bigode é sócio não é uma corretora e não pode realizar investimentos. Atua exclusivamente no ramo do planejamento financeiro.

Mayke é cliente da WLJC, enquanto Scarpa não possui relação com empresa ligada a Bigode fez o depósito do dinheiro diretamente com a Xland.

O que a Justiça já fez?

A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de contas da Xland, de seus sócios e da consultoria ligada a Bigode. Em relação aos bens em nome dos sócios da Xland seriam R$ 13 milhões. Mas, nas contas bancárias havia apenas R$ 80 mil. Aos clientes, os sócios da Xland haviam dado como garantia financeira imóveis, chácaras e pedras preciosas, no valor de R$ 2,1 bilhões.

Bigode chegou a ter R$ 1,8 milhão bloqueado pela Justiça. Em decisão publicada na última sexta-feira, a Justiça de São Paulo determinou o desbloqueio das contas bancárias de Willian Bigode. O magistrado acolheu uma liminar movida pelos advogados do jogador e da empresa WLJC, da qual Willian é sócio e que também é parte no processo.

Por outro lado, em ação movida por Mayke, a penhora feita na empresa WLJC continua em vigor, mas ainda cabe recurso por parte de Willian e seus advogados.

O que diz a Xland?

Gabriel Nascimento, dono da Xland, também se diz vítima: vítima da FTX, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo. A FTX faliu em novembro do ano passado. Investidores do mundo inteiro tiveram prejuízos.


Fonte: O GLOBO