Resultado representa estabilidade na comparação com o trimestre anterior, quando ficou em 8,3% em outubro. Cerca de 9 milhões de pessoas buscaram uma vaga no período

A taxa de desemprego iniciou o ano estagnada em 8,4%, o que representa uma estabilidade na comparação com o trimestre anterior, encerrado em outubro de 2022, quando ficou em 8,3%. Isso significa que 9 milhões de brasileiros buscavam uma vaga no mercado de trabalho no período. É a menor taxa para um trimestre encerrado em janeiro desde 2015.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira, e se referem ao trimestre encerrado em janeiro

Este é o primeiro resultado a apontar o desempenho do mercado de trabalho, formal e informal, sob o governo Lula

No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil caiu para 9,3% após atingir 13,2% em 2021. No quarto trimestre do ano passado, o desemprego ficou em 7,9%

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua, o cenário de estabilidade na taxa de desemprego faz parte de um movimento que se iniciou no final do ano passado, com parte dos brasileiros reduzindo a procura por trabalho. 

Pela metodologia do IBGE, só é considerado desempregado pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e estão em busca de uma oportunidade.

Além dos brasileiros diminuírem a busca por emprego, o contingente de ocupados registrou queda de 1 milhão, em relação ao trimestre terminado em outubro. Isso totaliza 98,6 milhões de pessoas ocupadas no período.

— Se pelo lado da desocupação, há uma estabilidade, pelo lado da geração de trabalho o movimento já é de perda de ocupação — destaca Beringuy.

O que dizem os analistas?

Economistas avaliam que o mercado de trabalho já apresenta sinais de perda de fôlego desde o final do ano passado, movimento que deve se intensificar ao longo deste ano. A menor tração é motivada pela desaceleração da atividade econômica, o que tende a pressionar o patamar de desemprego no país.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do FGV IBRE subiu 0,8 pontos, para em 74,7 pontos em fevereiro, após ter caído em janeiro na mesma proporção.

Na avaliação de Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, o primeiro bimestre de 2023 mostra um indicador que caminha de lado e se mantém em patamar historicamente baixo:

"As expectativas de desaceleração econômica do ano têm impactado o ímpeto de contratação de pessoal ocupado das empresas, impedindo que o indicador volte a ganhar fôlego em 2023. A inversão para uma trajetória positiva e sustentável nos próximos meses dependerá da melhora do quadro macroeconômico e da evolução positivas das atividades setoriais", destacou, em comentário.


Fonte: O GLOBO