Cândido Ribeiro, magistrado e ex-presidente do TRF1, e Ravik de Barros Bello Ribeiro são suspeitos de corrupção. Quadrilha teria movimentado R$ 60 mi em criptomoedas

A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira uma operação que investiga a relação de um desembargador e de seu filho, que é advogado, com uma quadrilha de traficantes internacionais. A suspeita é de um esquema de venda de sentenças. 

Batizada de Habeas Pater, a operação mira o desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), e o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro.

De acordo com a PF, estão sendo apurados os crimes de corrupção ativa e passiva. Estão sendo cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, sendo nove em Brasília, sete em Belo Horizonte e um em São Luís. As medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A suspeita é que o desembargador e seu filho tenham ligação com os investigados da Operação Flight Level II, também deflagrada nesta terça. Nessa investigação, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventivas, cinco de prisão temporária e outros 25 de busca e apreensão, em Minas Ferais, São Paulo e Santa Catarina. A primeira fase da Flight Level ocorreu em 2021.

Os suspeitos teriam comprados imóveis, veículos de luxo, joias e criptoativos que estariam além dos seus rendimentos declarados. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), as empresas suspeitas de envolvimento no esquema movimentaram mais de R$ 60 milhões em criptomoedas.

Natural do Maranhão, Ribeiro é juiz de carreira e está no TRF-1 desde 1996. Ele foi presidente do tribunal entre 2014 e 2016.

O GLOBO procurou o desembargador Cândido Ribeiro, através de seu gabinete e do TRF1, que em nota afirma que a operação corre em sigilo e que o magistrado "não tem nada a declarar". A reportagem ainda não conseguiu contato com o filho dele, Ravik Ribeiro.


Fonte: O GLOBO