PL teve as contas bloqueadas por pedir anulação de parte dos votos da eleição. Ex-presidente pode receber cerca de R$ 39 mil mensais

Apesar do presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que pretende voltar ao Brasil em março para liderar a oposição ao governo federal, ele não deve começar a receber imediatamente o salário que foi prometido pelo seu partido, o PL. 

Isso porque a legenda está com as contas bloqueadas por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já está atuando no partido, está na mesma situação.

O bloqueio ocorreu para garantir o pagamento da multa de R$ 22,9 milhões imposta pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, ao rejeitar um pedido do PL para anular o voto da maior parte das urnas eletrônicas utilizadas na eleição presidencial do ano passado. A expectativa é que as contas só sejam liberadas em abril.

Bolsonaro recebeu a promessa de receber do partido um salário de cerca de R$ 39 mil mensais. A ideia é que ele percorra o país e atue como líder da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele está desde o fim de dezembro na Flórida, nos Estados Unidos.

Já Michelle ficou encarregada de presidir o PL Mulher e deve receber um salário igual ao do marido. A ex-primeira-dama retornou ao Brasil no fim de janeiro e já começou a atuar no partido. Ela fez campanha, por exemplo, para o senador Rogério Marinho (PL-RN) na eleição da presidência da Casa. Entretanto, ela ainda não está recebendo remuneração.

O PL teve R$ 13,5 milhões que estavam em sua conta bloqueados. O partido conseguiu a liberação de R$ 1,1 milhão para o pagamento de seus funcionários, nos meses de dezembro e janeiro. Isso não inclui, contudo, a remuneração de Bolsonaro e Michelle.

Apesar disso, o ex-presidente não está sem recursos. Ele conta com duas aposentadorias: uma da Câmara dos Deputados, no valor de 35.223,66; e outra do Exército, de R$ 11.945,49. Como ex-chefe do Executivo, Bolsonaro ainda tem direito a até oito assessores e dois carros oficiais.


Fonte: O GLOBO