Quinta fase da Operação Lesa Pátria também cumpre seis mandados de busca e apreensão; todos os alvos de prisão são policiais e já foram detidos

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta terça-feira quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão contra pessoas que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Até o fim da manhã desta terça-feira, todos os quatro alvos, policiais militares, foram detidos.

Ao todo, são três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva na quinta fase da Operação Lesa Pátria. De acordo com a PF, o objetivo da ação é identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.

Os detidos são: o ex-chefe do departamento operacional da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime, o major da PM Flávio Silvestre de Alencar, o capitão Josiel Pereira Cesar e o tenente Rafael Pereira Martins. As suspeitas são de omissão no planejamento da segurança do dia 8 de janeiro.

Nas fases anteriores, a PF cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão. Segundo a corporação, a Operação Lesa Pátria é permanente e mantém investigações em curso.

Quarta fase

Na última sexta-feira, a PF cumpriu outros três mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão contra envolvidos nos atos golpistas. Na ocasião, o empresário Lucimario Benedito Camargo, mais conhecido como Mário Furacão, foi detido em Goiás. Já William Ferreira, ex-policial militar e ex-candidato a deputado estadual, foi preso em Porto Velho, em Rondônia.

Os mandados foram cumpridos nos estados de Rondônia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal. Entre os alvos, está um policial legislativo do Senado, que já foi solicitado o afastamento da função e uma advogada que teria recolhido celulares dos terroristas que invadiram às sedes dos Três Poderes.

De acordo com a PF, os suspeitos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A corporação também informou que a Operação Lesa Pátria é permanente, com atualizações periódicas a respeito do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

Prisões

Em 27 de janeiro, agentes da PF cumpriram seis mandados de prisão na Operação Lesa Pátria. Entre os alvos estava Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A corporação cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do primo de Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro. 

Em meio aos atos terroristas que culminaram na depredação da sede dos Três Poderes, Léo índio publicou registros na rampa do Congresso Nacional.

Também foi alvo da operação, na semana passada, Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, que ficou conhecida como 'Fátima de Tubarão'. A mulher de 67 anos e da cidade de Tubarão, Santa Catarina, viralizou nas redes sociais fazendo ameaças contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O fazendeiro Fernando Junqueira Ferraz Filho, que gravou vídeo, a caminho da Praça dos Três Poderes, em Brasília agradecendo "amigos" por financiamento também foi alvo da Polícia Federal. 

Ao todo, na semana passada, a PF cumpriu 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal (STF), nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e no Distrito Federal.

Na primeira fase da operação, uma semana antes, a PF cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão nos estados São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Entre os alvos, estão uma intérprete de libras, um ex-funcionário terceirizado do governo e um influenciador que utilizava um canal na internet para incitar atos antidemocráticos.


Fonte: O GLOBO