Centrão ainda tenta espaço nas comissões

Após a reeleição do presente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o resto dos cargos da Mesa Diretora foi definido nesta quinta-feira. Acordo firmado pelos partidos que apoiaram o senador do PSD, definiu que seus auxiliares serão do MDB, PT, PDT, PSB e Podemos. Por outro lado, PL, PP e Republicanos, partidos do Centrão que apoiaram Rogério Marinho (PL-RN), candidato derrotado ao comando da Casa, não tiveram representantes na Mesa.

O senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) foi reeleito primeiro vice-presidente da Casa. Ele já ocupava o cargo no primeiro mandato de Pacheco, iniciado em 2021. A segunda vice-presidência ficou com o senador Rodrigo Cunha (União-AL). 

O PL chegou a apresentar o nome de Wilder Morais (PL-GO) para concorrer contra Cunha pelo cargo de segundo vice, mas ele retirou a candidatura no meio da sessão. Os partidos que apoiaram Marinho querem ainda espaço nas comissões permanentes do Senado.

– Seguindo a orientação do nosso líder do PL (Flávio Bolsonaro) para que a gente possa dar sequência não só da Mesa, mas também das comissões, para que a gente possa seguir a proporcionalidade, eu retiro a candidatura para que o senador Rodrigo Cunha seja candidato único – disse o senador do PL.

Ontem, antes mesmo de Marinho ser derrotado por Pacheco, o ex-ministro bolsonarista e senador Ciro Nogueira (PP-PI) havia dito que vai pedir por espaço nas comissões da Casa mesmo com a vitória de Pacheco. Nogueira avaliou que Pacheco é um políticos aberto ao diálogo e não vai administrar o Senado apenas com os partidos que apoiaram ele.

O petista Rogério Carvalho (SE) foi definido na primeira-secretaria, espécie de prefeitura do Senado, que cuida de assuntos administrativos. Weverton Rocha (PDT-MA) foi escolhido para a segunda-secretaria, Chico Rodrigues (PSB-RR), notabilizado por esconder dinheiro nas nádegas durante operação da Polícia Federal, para a terceira-secretaria e Styvenson Valentim (Podemos-RN) para a quarta. Os suplentes serão escolhidos depois.

A ausência de mulheres nos cargos titulares da Mesa Diretora provocou reclamações das senadoras. Leila Barros (PDT-DF) usou seu dircurso na sessão para reclamar da falta de indicações femininas por parte dos líderes partidários.

– Estamos no século XXI, não é mais possível toda vez que se tenha um processo nessa Casa, uma senadora tenha que se levantar e dizer: "Presente, nós existimos" – declarou.

Em resposta, o presidente do Senado pediu que os cargos de suplentes tenham a participação de mulheres e disse que senadoras irão comandar comissões temáticas.

– Quero assumir o compromisso de que a Comissão Permanente de Defesa da Democracia no Senado Federal, que pretendo criar, será presidida por uma mulher defensora da democracia – afirmou o senador do PSD.

As comissões não deverão ser definidas nesta semana. Já há um acordo para Davi Alcolumbre (União-AP) se manter na Comissão de Constituição e Justiça, mas as outras duas principais - Relações Exteriores e Assuntos Econômicos - são alvo de disputas entre PT, PSD e MDB. 

Hoje o favorito para a Comissão de Relações Exteriores é o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o mais forte para comandar a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) é o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Apesar disso, um acordo ainda não está encaminhado com todas as legendas para esses cargos.


Fonte: O GLOBO