Atração tem operação prevista para começar nesta sexta-feira; ingressos partem de R$25

Porto Velho, RO -
A partir das 9h da manhã desta sexta-feira, está prevista a inauguração da maior roda-gigante da América Latina às margens do Rio Pinheiros. Trata-se de uma estrutura metálica de 91 metros de altura, pesando mil toneladas, com espaço para 336 visitantes por vez, em 42 cabines. 

Tudo para atingir uma vista panorâmica da Zona Oeste paulistana. A novidade supera em três metros de altura a roda-gigante da Zona Portuária do Rio, inaugurada em 2019.

Do alto da atração é possível ver a ponte do Jaguaré, a Marginal do Rio Pinheiros, e a área verde do Pico do Jaraguá. 

Do outro lado, há a vista de todo o Parque Villa-Lobos — anexo ao Parque Cândido Portinari, onde fica a atração. Em cada cabine panorâmica cabem até oito pessoas que podem comer e beber, usar wi-fi, conectar as músicas favoritas por bluetooth e (em casos mais extremos) realizar pedidos de casamento com espumante e pétalas de rosa.

— Temos a visão de todo Parque Cândido Portinari, todo o Villa-Lobos, do Ceagesp e da USP, com sua raia. Quando estávamos negociando, aqui foi o lugar mais interessante da cidade para instalar essa atração. 

Nesse ponto, temos a grande vantagem de estar junto à Marginal Pinheiros. Há um fluxo muito grande de chegada de pessoas, temos ainda a CPTM, ciclofaixas e ciclovias no entorno — enumera Marcelo Mugnaini, diretor de operações da atração. — À noite você consegue ver a cidade inteira se iluminando. É fantástico.

A instalação da roda-gigante numa área de 4.500 metros quadrados no parque se deu por meio de uma parceria com o governo de São Paulo e tem contrato inicial previsto para dez anos — embora exista o plano de renovar esse prazo por parte da São Paulo Big Wheel (SPBW), a empresa ganhadora da concorrência. 

O projeto está relacionado aos planos de revitalização do Rio Pinheiros. Para fechar o acordo, a SPBW comprometeu-se a repassar o valor de R$ 170 mil, ou 10% do valor de faturamento, o que for maior, aos cofres públicos. Portanto, espera-se que o faturamento mensal supere a meta de R$ 1,7 milhão. A atração ainda vendeu os "naming-rights" a uma corretora de investimentos por cinco anos.


Estima-se que o local receba até 1 milhão de visitantes por ano, interessados no passeio panorâmico que dura por volta de meia hora — a depender da lotação da roda. 

O fluxo de visitantes corresponde a 10% do público que visita o complexo de parques formado pelo Villa-Lobos e Cândido Portinari anualmente. A melhor entrada para a atração fica na altura do número 1.365 da Avenida Queiroz Filho. Os passeios ocorrem de terça à domingo das 9h às 21h.

Os ingressos para visitar a atração partem dos R$ 25 para estudantes e crianças até 12 anos. Adultos pagam a partir de 50 reais. 

A cabine fechada para oito pessoas começa a partir de 350 reais. O valor competitivo com outras atrações da cidade é justamente para dar volume de público, que pode se interessar em dar uma volta no equipamento ao longo de um passeio no parque. Não há, vale dizer, restrição em relação à idade dos interessados no passeio.

— Temos uma roda-gigante também em Balneário Camboriu. Somente 10% dos ingressos são vendidos antecipados. 

As pessoas passam, veem o dia bonito, e decidem entrar. Para a sexta, aqui em São Paulo, já há mais de 2 mil pessoas com ingresso na mão. Mas, por exemplo, se chove, muita gente quer remarcar para vir outro dia e aproveitar o sol, embora seja possível funcionar na chuva — diz Ricardo Fiedler, diretor do grupo Interparques, do qual a SPBW faz parte.


Cabines: 42 para oito pessoas cada — Foto: Edilson Dantas

Altos e baixos

Na manhã de quinta-feira, véspera da inauguração e data em que a roda-gigante funcionaria para convidados, muitos ajustes ainda eram necessários. 

Havia funcionários trabalhando no canteiro ao redor e um guindaste ainda colaborava no serviço de instalar lâmpadas nas hastes metálicas do brinquedo gigante. A chuva torrencial que atingiu a capital paulista nos últimos dias, explicam os organizadores, atrapalhou também os trabalhos de pintura e paisagismo.

Este, contudo, não foi o único percalço. Projetada na Europa e produzida na China, a roda-gigante enfrentou desafios relacionados ao preço do câmbio e severos lockdowns no país asiático em decorrência da Covid-19, os empresários brasileiros esperaram semanas além do previsto para que o navio que trazia o equipamento, no começo do ano, atracasse no país. 

Por esses motivos, o prazo de abertura — que era para julho deste ano — estendeu-se até este dezembro. O investimento para colocar o negócio de pé (na casa dos milhões de reais) não é revelado pela empresa responsável, mas seus organizadores planejam recuperá-lo ainda na primeira década de uso.

— Não faremos nenhuma outra roda maior ou do que essa. O custo é muito alto e não há porque fazer. Este é o modelo ideal que traz uma boa experiência ao visitante, alguns metros acima não causaria tanta diferença assim — finaliza Ricardo.


Fonte: O GLOBO